Acordo político em próxima cúpula pode levar à retomada do Parlasul, prevê Dr. Rosinha
A próxima reunião de cúpula do Mercosul – prevista para dezembro, no Brasil – poderá ser a oportunidade de relançamento do órgão legislativo do bloco, cujas atividades estão paralisadas desde dezembro de 2011. A previsão é do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), integrante da Representação Brasileira e ex-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul).
Em sua opinião, os ministros de Relações Exteriores dos países que integram o bloco podem ajudar a superar o impasse atualmente existente no parlamento, depois da suspensão do Paraguai do Mercosul. Os representantes paraguaios insistem em participar das atividades do parlamento e até o momento têm resistido à posse de representantes da Venezuela, país admitido no bloco durante a última reunião de cúpula – a mesma onde se decidiu o afastamento temporário do Paraguai.
- Na presidência pro tempore do Mercosul, o Brasil precisa puxar uma negociação política – disse Rosinha em entrevista à Agência Senado, lembrando que os próprios ministros das Relações Exteriores podem convocar uma sessão do Parlamento do Mercosul.
O Paraguai foi suspenso do bloco por causa da rápida deposição, pelo Legislativo daquele país, do então presidente Fernando Lugo. A queda de Lugo foi interpretada pelos demais países do bloco como uma interrupção do processo democrático naquele país. Durante a última reunião de cúpula, os ministros ressaltaram a importância do Protocolo de Ushuaia e lembraram que “a integração regional pressupõe a plena vigência das instituições democráticas”.
O retorno do Paraguai somente poderia ocorrer, pelo que ficou acertado na cúpula, após a realização de novas eleições, em abril de 2013. Mas uma entrevista concedida no final da semana passada pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, parece indicar a possibilidade de uma mudança de rumo. O retorno do Paraguai poderá acontecer “o mais pronto possível”, disse Patriota após encontro com o ministro uruguaio Luis Almagro, elogiando ainda a manutenção do calendário eleitoral paraguaio.
Para Rosinha, o retorno antecipado do Paraguai poderá facilitar a retomada dos trabalhos do Parlamento do Mercosul. Caso se alcance um novo entendimento político, previu o deputado, bastará que Argentina e Venezuela indiquem suas novas representações e que se estabeleça uma data para a próxima sessão do órgão legislativo regional. Em sua opinião, porém, é mais provável que o Parlasul só venha a retomar os seus trabalhos no início de 2013.
09/10/2012
Agência Senado
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