Ademir comemora demissão do secretário especial da Amazônia



A demissão do secretário especial de Desenvolvimento da Amazônia do Ministério da Integração Nacional, José Diogo Cyrillo da Silva, foi comemorada pelo senador Ademir Andrade (PSB-PA). Em discurso no Plenário, o senador afirmou que Cirilo foi responsável por grandes prejuízos a empresários da região que haviam obtido financiamentos da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e, conseqüentemente, ao desenvolvimento do norte do país.

Segundo o senador, Cyrillo, que administrou a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), que substituiu a Sudam, paralisou todos os projetos em andamento desde março de 2000, quando assumiu o cargo. Porém, Ademir declarou que o secretário, que irá ocupar o cargo de corregedor da Advocacia Geral da União, não conseguiu demonstrar quais financiamentos eram irregulares. Além disso, o senador informou que apenas um terço dos projetos foram analisados na gestão de Cyrillo, que é natural do Rio Grande do Sul.

- Ele foi um desastre para a nossa região e gerou prejuízos àqueles que estavam trabalhando seriamente com dedicação e competência. Só fez prejudicar povo da Amazônia e do Pará. Fico feliz com sua demissão. Que ele tenha um bom retorno a Porto Alegre e que deixe em paz o povo da Amazônia. Sua nomeação foi uma irresponsabilidade do governo federal e do ausente governador (Almir Gabriel). Espero que escolham uma pessoa mais capacitada para dirigir a ADA - afirmou Ademir.

GREVE NAS UNIVERSIDADES

Em seu discurso, Ademir também apelou à população para que cobre atitudes mais responsáveis dos parlamentares com relação à definição do Orçamento da União. Segundo ele, o Congresso Nacional deveria forçar o Executivo a encontrar uma solução para alocar recursos para garantir um "salário razoável" aos professores e funcionários das universidades federais.

- Esse problema tem trazido prejuízos à universidade brasileira e principalmente aos estudantes. O semestre está praticamente perdido pela intransigência do governo - afirmou Ademir.

Pela proposta aprovada pelo Congresso, informou o senador, o reajuste dos professores precisaria de recursos da ordem de R$ 350 milhões, porém, só R$ 100 milhões estariam disponíveis no Orçamento para essa finalidade.

- O valor parece grande, mas enquanto as universidades estão paradas prejudicando milhares de estudantes, o governo compromete R$ 141 bilhões com os serviços da dívida pública e o pagamento de seu principal no Orçamento de 2002. A sociedade deve cobrar mais de seus parlamentares e ficar atento para quem elege - alertou.

Para Ademir, o governo federal deveria se espelhar nos exemplos dos Estados Unidos, que vem reduzindo as taxas de juros, e da Argentina, que faliu e, agora, está reestruturando sua dívida externa. Em vez disso, o senador lamentou que o país pague 19% de juros ao ano - uma das maiores taxas do mundo - e que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, coloque o compromisso com o pagamento da dívida "acima de qualquer coisa".

08/11/2001

Agência Senado


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