Ademir critica resistência a CPI e denuncia Ângelo Calmon



O senador Ademir Andrade (PSB-PA) criticou nesta sexta-feira (dia 8), em Plenário, a resistência da base governista à proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar denúncias de corrupção na administração pública. Em resposta a pronunciamento do senador Bello Parga (PFL-MA), Ademir Andrade disse que as CPIs, mais do que o governo federal, têm colhido êxitos na punição de culpados por crimes e irregularidades no setor público. Parga havia citado artigo do advogado maranhense João Batista Ericeira segundo o qual instalar CPIs "virou moda".

O senador pelo Pará contrapôs alguns resultados obtidos por CPIs com exemplos de impunidade partidos do governo. Mencionou a cassação do senador Luiz Estevão e a prisão do juiz Nicolau dos Santos Neto, em relação ao primeiro caso, e a liberdade de que gozam banqueiros que teriam roubado recursos de suas instituições e lesado pequenos investidores e credores.

De acordo com Ademir Andrade, o ex-dono do Banco Econômico Ângelo Calmon de Sá está livre da prisão e atua livremente como comprador de terras e gado no sul do Pará, mesmo com seus bens tendo sido declarados indisponíveis pela Justiça. Segundo o senador, o presidente Fernando Henrique havia prometido que os banqueiros responsáveis por lesar suas instituições seriam presos.

- Quando não conseguem resultados concretos, as CPIs pelo menos conscientizam a população e desmascaram a elite - afirmou Ademir.

Em aparte, o senador Bello Parga lamentou que seu colega tivesse interpretado mal as palavras de Ericeira - este seria apenas partidário do uso moderado das CPIs. Parga disse acreditar que a comissão parlamentar de inquérito da corrupção poderá transformar-se num palco para oposicionistas veicularem denúncias fantasiosas contra o governo. Ele negou que o presidente tivesse dito que os banqueiros seriam presos.

08/06/2001

Agência Senado


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