ADEMIR DIZ QUE BASE DO GOVERNO APENAS "OBEDECE ORDENS"
Comentando algumas opiniões manifestadas pelo senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), o senador Ademir Andrade (PSB-PA) afirmou nesta quarta-feira (dia 17) que a base de sustentação do governo federal no Congresso aprova sem discutir as propostas encaminhadas pelo Palácio do Planalto. - Não se ousa discutir as ordens emanadas pelo Palácio do Planalto e sua equipe econômica. É muito bonito vir à tribuna, como fez Fernando Bezerra, fazer um discurso contra isso e aquilo outro, e no final, quando o governo manda a CPMF e diz que a alíquota é de 0,38%, ninguém discute se o correto seria 0,37% ou 0,39%, apenas obedece - disse Ademir.Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) afirmou que o PFL não recebe ordens. Ele revelou que o partido apresentou um "calendário de propostas" ao presidente Fernando Henrique Cardoso e que muitas destas sugestões estão sendo adotadas pelo governo. Concluiu sua intervenção concordando que algumas ações do governo estão erradas, mas que "no geral a intenção é de acertar, e nestes acertos, muita coisa é do PFL".Ademir Andrade também registrou que enquanto Fernando Bezerra ocupava a tribuna do Senado para garantir que só aceita votar o imposto verde se ele vier como parte da reforma tributária, o PMDB já está negociando com o PSDB na Câmara dos Deputados a aprovação desse imposto em conjunto com a CPMF.TEMPOLogo no início do seu pronunciamento, Ademir Andrade criticou o fato de a Mesa ter permitido ao senador Fernando Bezerra (PMDB-RN) extrapolar o seu tempo disponível como orador em 40 minutos. O senador pelo Pará afirmou que em quatro anos de mandato nunca viu um parlamentar da oposição ter essa concessão.Na presidência da sessão, o senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) respondeu que em um dos primeiros discursos desta quarta-feira, o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) extrapolou seu tempo em vários minutos, e mereceu a tolerância do senador Geraldo Melo (PMDB-RN), que presidia os trabalhos na ocasião. Ronaldo sugeriu a Ademir que, como segundo vice, assumisse a presidência e suspendesse o discurso de Fernando Bezerra. O senador pelo Pará não aceitou, justificando que era o próximo inscrito para falar.
17/03/1999
Agência Senado
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