ADEMIR QUER APROFUNDAR DEBATE SOBRE TRANSGÊNICOS
Ademir citou como exemplo o fato de que todo o avanço representado pela chamada "revolução verde" na agricultura não foi capaz de acabar com a fome em países africanos, asiáticos e latino-americanos. O senador disse que, por isso, rejeita a defesa incondicional dos transgênicos pelo argumento de que podem incrementar a produção agrícola e, assim, possibilitar a produção de alimentos para toda a população do planeta.
No caso dos organismos transgênicos que estão em vias de serem testados, plantados e comercializados no Brasil, Ademir chamou a atenção para a semente de soja Roundup Ready (RR), da empresa fabricante de pesticidas e defensivos agrícolas Monsanto. Segundo ele, entidades de defesa do meio ambiente denunciam que a empresa estaria pressionando as autoridades brasileiras a aprovarem essa variedade de soja em razão da posição estratégica do Brasil no mercado mundial.
- Por ser o Brasil um dos maiores produtores mundiais, enquanto a soja transgênica não for plantada aqui, a multinacional terá dificuldade de impor a soja RR ao mundo. O problema para a Monsanto está na resistência dos consumidores europeus a alimentos transgênicos. Alguns fabricantes europeus de alimentos estariam dispostos até a pagar mais por soja não modificada geneticamente - afirmou o senador.
Ademir mencionou, ainda, o questionamento feito pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), em relação à aprovação da soja transgênica pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio). Segundo ele, o Idec já teria, inclusive, obtido liminar na Justiça contra a permissão concedida pela CNTBio. Ele disse ainda que essas entidades e outras, como o Greenpeace, afirmam que existe risco de poluição genética e ambiental e de aumento na utilização de produtos químicos, pois tanto a semente da soja transgênica quanto o herbicida são produzidos pelo mesmo fabricante.
- No caso em questão, a soja RR é resistente ao herbicida de mesmo nome fabricado pela Monsanto. A vantagem seria a possibilidade de uso do defensivo agrícola quando a planta da soja já estiver bem desenvolvida, sem matá-la, exterminando apenas as ervas daninhas. Essa resistência da soja ao herbicida, por sua vez, só foi possível com a modificação genética que introduziu uma bactéria no gene da soja que a torna resistente a esse veneno específico - explicou Ademir.
21/08/2000
Agência Senado
Artigos Relacionados
Busatto quer aprofundar debate sobre responsabilidade social
FRANCELINO QUER APROFUNDAR DEBATE SOBRE PROJETOS QUE TRATAM DAS COOPERATIVAS
DUTRA QUER APROFUNDAR DEBATE DO PROJETO SOBRE CRIME HEDIONDO
Garibaldi quer aprofundar debate sobre projeto que amplia ensino fundamental para oito horas diárias
Zambiasi quer aprofundar debate da fusão PTB-PDT
CAS vai aprofundar debate sobre setor pesqueiro