Adesão da Venezuela ao Mercosul aguarda votação em Plenário



Os possíveis riscos políticos decorrentes do estilo Hugo Chávez de governar devem marcar os debates sobre o ingresso da Venezuela ao Mercosul, no Plenário do Senado, em data ainda indefinida. Enquanto a oposição chama a atenção para o que considera agressões à democracia e o belicismo de Chávez, os governistas entendem que o bloco será fortalecido economicamente com a entrada dos venezuelanos.

A matéria foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) no dia 29 de outubro e deveria ter sido analisada noúltimo dia 4 em Plenário.

O objetivo do adiamento foi garantir o quórum mínimo para aprovação do protocolo de adesão, já que alguns dos líderes partidários não estariam em Brasília.

Na CRE, onde o projeto foi aprovado por 12 votos a 5, o protocolo de adesão do novo sócio ao bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai foi motivo de certa polêmica. O voto contrário à adesão da Venezuela ao Mercosul, apresentado pelo relator da matéria, senador Tasso Jereissati (PSDDB-CE), foi rejeitado por 11 votos a 6, com uma abstenção. Em seguida, foi aprovado voto em separado apresentado pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR).

A discussão na CRE durou mais de três horas. Jucá mostrou-se otimista quanto à aprovação final da entrada do país no bloco. Ele próprio articulou com os demais líderes a transferência da data da votação em Plenário. 

- Vamos votar e aprovar - disse à Agência Senado.

Já os representantes da oposição prevêem um debate acirrado. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse acreditar que o Plenário será palco de "um momento muito bonito". 

Em sua avaliação, o ingresso da Venezuela no Mercosul pode mergulhar o bloco numa crise terminal, já que os embates políticos do presidente daquele país, Hugo Chávez, com países como os Estados Unidos poderiam atravancar os interesses econômicos dos demais países-membros.

- Talvez seja o momento de recomeçarmos simplesmente como área de livre comércio, sem envolvimento político. O Mercosul não pode se tornar um ônus para o Brasil - disse.

O presidente do Senado, José Sarney, também tem manifestado sua discordância em relação ao ingresso da Venezuela no Mercosul.

Para a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do governo no Congresso, o ingresso da Venezuela no Mercosul só fará tornar o bloco mais forte. Ela disse que a discordância de alguns parlamentares diante de questões de política interna da Venezuela não podem se sobrepor nesse momento.

- Um bloco econômico é algo que ultrapassa quem está no governo - disse a parlamentar petista.

Da Redação, com informações de Raíssa Abreu



09/11/2009

Agência Senado


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