Adoção da biotecnologia beneficia produtores americanos



Os parlamentares gaúchos em viagem aos Estados Unidos estão convencidos de que o impasse na discussão sobre o plantio e consumo de produtos transgênicos interessa aos produtores americanos. Conforme explica o presidente da Comissão de Educação da Assembléia, deputado Onyx Lorenzoni(PFL), a atitude se justifica porque a biotecnologia tem permitido uma redução consideravel nos custos de produção, a melhoria na produtividade e, principalmente, a diminuição do manejo, reduzindo, inclusive a exposição do meio ambiente e dos produtores ao uso excessivo de venenos (agrotóxicos). Outra constatação salientada pelo deputado Eliseu Santos(PTB), presidente da Comissão de Saúde, é o sucesso do plantio direto, que funciona como um referencial de qualidade na questão ambiental, principalmente, porque o processo evita que a terra seja arada. Nos Estados Unidos, o plantio direto é realizado em uma área de 19 milhões de hectares, enquanto, no Brasil atinge 15 milhões de hectares, sendo 5 milhões no Rio Grande do Sul. Para o presidente da Comissão de Agricultura, deputado Frederico Antunes(PPB), o uso da biotecnologia, passado o ranço ideológico, irá permitir além da conquista atual, que é a redução do impacto ambiental e de custo na produção de alimentos, a possibilidade de serem incluídos nutrientes nos alimentos para o combate a doenças e, em uma terceira etapa, daqui 10 ou 15 anos, a biotecnologia poderá ser usada para transformar produtos vegetais em fonte de energia e como combustível. A viagem dos deputados gaúchos Eliseu Santos, Frederico Antunes e Onyx Lorenzoni à América do Norte, atendendo convite da Associação Brasileira dos Produtores de Semente para conhecer os últimos avanços tecnológicos na área de biotecnologia animal e vegetal, abrange os estados americanos de Illinois, Iowa e Missouri com visitas a fazendas, universidades e centros de pesquisas. Atualmente, o estado de Illinois possui a mais avançada e a melhor tecnologia do mundo para a produção de grãos, com um alto grau de produtividade. No roteiro os parlamentares gaúchos puderam conhecer em Saint Louis, a Associação Americana dos Produtores de Soja e constatar a rentabilidade obtida pelos produtores americanos que ganham muito mais dinheiro hoje com a utilização da biotecnologia. “Nós nos demos conta de que quanto mais demorarmos a usar a biotecnologia, melhor para eles e pior para nós”, pondera Onyx. Conforme os deputados, os Estados Unidos têm uma produção ao redor de 75 milhões de toneladas de soja, enquanto o Brasil deve produzir este ano algo próximo a 35/37 milhões de toneladas tornando-se visível o interesse de que o Brasil demore cada vez mais para entrar no time da biotecnologia. O retorno ao Brasil está marcado para quarta-feira próxima.

08/06/2001


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