Deputados acreditam que a adoção da biotecnologia é irreversível
Os parlamentares gaúchos Onyx Lorenzoni (PFL), Eliseu Santos (PTB) e Frederico Antunes (PPB), saíram da reunião com os professores e biólogos norte-americanos da Universidade Illinois, convencidos de que a adoção da biotecnologia é irreversível e, é apenas uma questão de tempo. Segundo relataram, os professores e biólogos consomem e aprovam o uso dos transgênicos e consideram que os riscos apresentados pelas culturas geneticamente modificadas são semelhantes aos oferecidos pelos produtos convencionais. Entre as vantagens apresentadas, excluído o fator econômico, os técnicos americanos destacaram ainda o potencial inegável oferecido pela biotecnologia e as perspectivas com as quais trabalham.
A fase atual, a da agricultura de produção e consumo de alimentos de origem animal e vegetal e de melhoria de matrizes na área animal está em franco crescimento. Conforme Onyx, em breve, as pesquisas e os novos desenvolvimentos estarão sendo intensificados quanto ao uso e inserção de vantagens e de nutrientes em alimentos, de forma que possam complementar e qualificar a alimentação das pessoas. E, a expectativa, ainda conforme a explanação dos cientistas americanos é que no período de 10 a 15 anos estejam surgindo as primeiras fábricas vegetais com capacidade de, a partir da produção agrícola, produzirem energia e combustível. "A biotecnologia tem uma potencialidade inegável. E, principalmente, aqui nos Estados Unidos onde a maior parte das lavouras está bastante ativa, 68% da soja e 38% do milho produzidos são organismos geneticamente modificados", conclui.
Os parlamentares constataram também que os agricultores e pesquisadores americanos acompanham com atenção as discussões brasileiras e o impasse criado na adoção da biotecnologia no Brasil. Conforme Onyx, os produtores norte-americanos comemoram o receio das autoridades e da sociedade brasileira em torno do assunto, pois o atual quadro lhes assegura cada vez mais lucros e melhores resultados na produtividade. "Atualmente, sem o uso da biotecnologia o Brasil já é o segundo produtor de soja do mundo, por isso, a preocupação em relação ao nosso desenvolvimento nesta área, pois passaríamos a ser um grande competidor internacional", conclui Onyx.
Para o deputado Eliseu Santos, o uso da biotecnologia apresenta inúmeras vantagens pela não contaminação da água e do meio ambiente devido ao uso de inseticidas e a grande quantidade de venenos. O parlamentar destaca ainda a preocupação com os trabalhos de pesquisas relacionados com a camada de ozônio e que demonstram o seqüestro do carbono, a conhecida fotossintese, onde uma plantação de milho, por exemplo, consegue absorver seis vezes mais carbono do que uma floresta. Eliseu ressalta ainda que a biotecnologia está avalisando inúmeras plantações de canola, soja, milho, tomate, batata, algodão e, que não há como negar que este é o caminho da humanidade.
Por sua vez, o deputado Frederico Antunes criticou a timidez com que o Brasil trabalha com os organismos geneticamente modificados. O parlamentar lembra que no Rio Grande do Sul são plantados apenas 3 milhões de hectares com soja e 2,5 milhões de hectares com milho, o que considera uma produção ínfima se comparada com a americana. "As condições de melhoria destas culturas assim como acontece na argentina se dá através da biotecnologia", conclui.
08/07/2001
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