ADVOGADA NEGA PARTICIPAÇÃO EM LICITAÇÕES DO TRT-RJ
A advogada Laila Kezen negou em depoimento à CPI do Judiciário nesta segunda-feira (dia 28) envolvimento com irregularidades em licitações promovidas pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) durante a gestão do ex-presidente José Maria de Mello Porto, entre 1992 e 1994. A advogada disse que participou de apenas uma licitação e, ainda assim, como "mera representante" de uma das empresas concorrentes.O jornalista Eduardo Homem de Carvalho apresentou à CPI fita contendo gravações nas quais a advogada admitiria que a licitação para concessão de restaurante na sede do Tribunal seria fraudulenta. "Eu tenho todas as empresas na minha mão", teria dito Laila Kezen, conforme transcrição da fita lida pelo relator da CPI, senador Paulo Souto (PFL-BA). A advogada não admitiu a veracidade das gravações. "Não posso informar se a voz é minha ou não", argumentou. O senador Paulo Souto sugeriu à depoente que a fita fosse ouvida durante a audiência. Laila Kezen, alegando problemas de saúde, recusou-se a ouvir. Para o relator, a recusa em admitir que participara da conversa com o jornalista prejudicou o depoimento da advogada.Em outro trecho das gravações, conforme leu o relator, Laila teria dito conhecer um advogado que faria lobby dentro do TRT-RJ. De acordo com a fita apresentada por Eduardo Homem, este lobista intermediaria a compra de votos de juízes no Tribunal. A advogada não confirmou a informação e assegurou nunca ter ido a gabinetes de juízes para pedir votos.Com relação a outra das acusações que pesam contra Mello Porto, a de usar o cargo para se promover, Laila defendeu o juiz. "O Mello Porto é uma pessoa muito carismática". A advogada assumiu ter comparecido a inúmeras solenidades em homenagem ao magistrado. "Eu sou muito alegre, festiva", justificou.
28/06/1999
Agência Senado
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