ADVOGADOS SE DIZEM PERSEGUIDOS
Os quatro advogados que denunciaram o juiz Avenir Passo de Oliveira, titular da Vara de Falências de Goiânia dizem estar sendo alvo de perseguições e até mesmo ameaças de morte. Além de não ter recebido os honorários devidos por sua participação na concordata da construtora Encol, o advogado Sérgio Mello declarou à CPI do Judiciário ter sido alvo de um atentado no último dia 30, quando cinco tiros foram disparados contra ele.Como o dono da Encol, Pedro Paulo Souza, Mello e seus colegas Paulo Vianna e Neiron Cruvinel tiveram os bens seqüestrados e colocados em disponibilidade e estão proibidos de deixar o país por força de determinação do magistrado goiano.Vianna disse aos senadores da comissão que os advogados já recorreram da decisão e que entraram com um pedido de suspeição do juiz Avenir junto à Corregedoria Geral da Justiça de Goiás. Segundo ele, no despacho, não há qualquer acusação contra os advogados, pesando contra eles apenas o fato de terem contrariado os interesses do juiz. Como justificativa, continuou, o juiz alegou apenas tomar a decisão com base em informações veiculadas na imprensa de que os advogados estariam envolvidos no desvio de recursos da Encol.Antes de falar aos senadores, Sérgio Mello chegou a condicionar seu depoimento à CPI a garantia de proteção, mas o presidente da comissão, senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que a CPI poderia no máximo requerer as providências necessárias, "mas nunca ser responsável pela sua vida". Os advogados reclamaram que, apesar de determinação de Tebet, não foram acompanhados pela Polícia Federal depois de seu desembarque em Brasília.
04/08/1999
Agência Senado
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