Aécio afirma que não pode abrir mão de subteto
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse nesta sexta-feira (21) ao presidente do Senado, José Sarney, aos líderes do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), e ao vice-líder do PMDB, senador Romero Jucá (RR), que não pode abrir mão do subteto salarial com base no salário dos governadores.
- Conheço o problema dos meus colegas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, mas é preciso encontrar uma solução específica para eles que mantenha o princípio do subteto - disse Aécio, depois de uma hora e meia de reunião.
O líder do governo informou que haverá uma reunião na segunda-feira com o governador Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul, para que se encontre uma solução. -O governo federal, em nenhum momento, cogitou de abrir mão do subteto nos estados com base no salário do governador-, informou Mercadante. -Vamos trabalhar em busca de um acordo que não prejudique ninguém-. Por sua vez, o líder do PSDB disse que seu partido continua contrário à chamada PEC paralela, em que seria inserido o subteto.
A dificuldade que existe no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina para a implantação dos subtetos com base no salário do governador é que os governadores dos dois estados baixaram seus salários para menos de R$ 5 mil. Se tiverem que fazer um reajuste nos próprios vencimentos para estabelecer o subteto, a medida resultará em aumentos em cascata para todas as categorias profissionais, com base no mesmo percentual. A reunião de Aécio com Sarney e os líderes não levou a nenhum acordo, mas novo encontro foi marcado, desta vez com o governador Germano Rigotto, para se tentar uma solução.
No caso de Minas Gerais, segundo o governador, há 650 coronéis da Polícia Militar, além de desembargadores e juízes aposentados, com salários maiores do que o de um ministro do Supremo Tribunal Federal. -O subteto para nós é uma questão de sobrevivência para 95% do funcionalismo do estado, que ganha mal e não pode ter reajustes por causa da nossa situação fiscal-, disse Aécio.
21/11/2003
Agência Senado
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