Aécio critica ufanismo com resultado de leilão do pré-sal



O senador Aécio Neves (PSDB-MG), em pronunciamento nesta terça-feira (22), criticou as condições do leilão do Campo de Libra, que, para ele, teriam reduzido o interesse dos investidores pelo negócio; e classificou como "extremo ufanismo" a atitude da presidente Dilma Rousseff de comemorar em cadeia nacional o resultado de um leilão que teve um único participante.

- A joia da coroa, o bilhete premiado, hoje pertence em parte a empresas privadas. Tenho que saudar desta tribuna a conversão do PT às privatizações - disse, propondo que Dilma deveria ir ao rádio e à televisão agradecer ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ter feito a abertura do setor de petróleo.

O parlamentar associou a perda de valor de mercado da Petrobras e o elevado endividamento da empresa ao "viés ideológico" que manteve afastados os investidores internacionais: ele lembrou que, entre 2007 e 2012, o Brasil ficou "paralisado" no setor, enquanto outros países receberam US$ 300 bilhões em investimentos em petróleo. Ele ainda classificou como "marqueteiro" o anúncio, em 2007, da autossuficiência nacional em petróleo, e considerou um constrangimento para a Petrobras comemorar seus 60 anos com o rebaixamento de sua avaliação de crédito pela agência Moody's.

Aécio ressaltou que os maiores avanços na exploração de petróleo no Brasil se deram a partir da vigência da Lei do Petróleo - aprovada em 1997, segundo ele, com a "objeção profunda" dos atuais membros do governo.

– A propaganda oficial nos levará à conclusão de que o governo do PT descobriu o pré-sal. Foi descoberto por causa dos investimentos e da administração profissional da Petrobras a partir da Lei do Petróleo.

Aécio fez uma avaliação negativa do modelo de partilha, sublinhando que o Campo de Libra teria sido disputado em um "leilão de verdade" se continuasse em vigor o modelo de concessões. O senador declarou esperar que a Petrobras se afaste da disputa ideológica e volte a servir aos interesses do povo.

Apartes

Francisco Dornelles (PP-RJ) declarou sua surpresa pelo surgimento de um único consórcio interessado no Campo de Libra sob o modelo "arcaico e estatizante" de partilha e argumentou que o governo deve reconhecer o quanto errou em sua política energética. Para José Agripino (DEM-RN), o governo atual embarcou numa "aventura" e a Petrobras terá dificuldade para assegurar sua parcela de 40% de investimento no Campo de Libra. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) acredita que Dilma comemora um fracasso, mas manifestou sua certeza de que o próximo leilão de petróleo será feito sob um governo diferente.

Mário Couto (PSDB-PA), citando os confrontos entre a polícia e as forças de segurança no leilão, lembrou que Fernando Henrique nunca pôs o exército nas ruas para "conter a vontade popular". Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que a administração do PT deixou a Petrobras "cambaleante".  Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) lamentou o prejuízo dos pequenos investidores que acreditaram nas promessas do governo e investiram na Petrobras, e  Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou os resultados positivos do leilão do Campo de Libra, salientando que grande parte dos recursos do petróleo será investido em educação.



22/10/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Aloysio Nunes critica resultado do leilão do Campo de Libra

Leilão de milho tem resultado positivo

ANTT aprova resultado do leilão de concessão da BR-163/MS

Vanessa Grazziotin comemora resultado de leilão da ANP

Aneel homologa resultado do leilão de transmissão de dezembro

Wellington Dias festeja resultado de leilão da Chesf