Aeroportos nos centros das grandes capitais preocupam Francelino



O senador Francelino Pereira (PFL-MG) comunicou nesta sexta-feira (dia 3), em plenário, estar apresentando um requerimento à Mesa Diretora do Senado para que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) promova uma ampla discussão, com participação da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), sobre o grave problema dos aeroportos situados nos centros de grandes capitais, como o de Congonhas, em São Paulo; o Santos Dumont, no Rio de Janeiro; e o da Pampulha, em Belo Horizonte. Essa iniciativa, segundo o senador, pode apontar soluções para o rápido crescimento do tráfego aéreo nesses aeroportos, de modo a evitar ali acontecimentos dramáticos.

Tomando o exemplo do que aconteceu em Belo Horizonte, Francelino Pereira disse que, após a inauguração do novo aeroporto de Confins, durante sua gestão como governador do estado, houve um deslocamento maciço das aeronaves e de todo o movimento para o novo aeroporto. Entretanto, de três anos para cá, principalmente com a entrada em operação de aviões comerciais de menor porte, como o Fokker, começou a haver uma preferência das companhias e dos usuários pelos aeroportos centrais.

Atualmente, ele disse, a Pampulha recebe um tráfego muito intenso de aeronaves, principalmente por estar localizada a apenas 10 minutos do centro da cidade, contra cerca de 35 minutos que se gastam no percurso entre Confins e o centro.

Os problemas apresentados pelo aeroporto da Pampulha são tão graves que ele acaba de ser interditado por três dias, para a realização de obras emergenciais, informou o senador. Na próxima segunda-feira (dia 6), haverá, no Rio, uma reunião promovida pela Infraero para discutir a situação daquele aeroporto.

A região da Pampulha, segundo Francelino, já foi "cartão postal" de Belo Horizonte, depois que Juscelino Kubitschek passou pela prefeitura, nomeado pelo então interventor do estado, Benedito Valadares. Ali, os futuros idealizadores de Brasília, como Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e Burle Marx, exercitaram pela primeira vez seus talentos, criando um projeto que chamou a atenção do país e de todo o mundo, estimulando o turismo e o comércio na região.

A Pampulha, então, segundo Francelino, transformou-se no centro mais importante da capital mineira. Com as mudanças trazidas por Juscelino, surgiu todo um clima de otimismo e de prosperidade. Hoje, quando Belo Horizonte completa 100 anos, a área apresenta um acúmulo de grandes problemas que precisam ser solucionados.

O senador informou ainda que, na próxima segunda-feira (dia 6), o ministro José Sarney Filho, do Meio Ambiente, irá a Belo Horizonte assinar um contrato de repasse no valor de R$ 7,5 milhões, firmado entre a Caixa Econômica Federal, a Agência Nacional das Águas (ANA) e as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, para a implementação do Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (Propam), já com recursos assegurados no Orçamento.

Esse, segundo Francelino, é o início do processo de recuperação da área, que prevê também o desassoreamento da lagoa da Pampulha. O momento, portanto, sugeriu, é apropriado para se discutir melhor a questão dos aeroportos centrais das grandes capitais do país.

03/08/2001

Agência Senado


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