Arthur Virgílio propõe debate sobre deslocamento de voos para aeroportos distantes de grandes centros urbanos



Em pronunciamento nesta terça-feira (17), o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) defendeu a realização de debate, no Congresso Nacional - de preferência via audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) -, sobre o deslocamento de voos de aeroportos de grandes cidades brasileiras para novos aeródromos construídos em áreas distantes dos centros urbanos.

É o que tem acontecido, por exemplo, nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, onde os voos tradicionalmente concentrados nos aeroportos de Congonhas, Pampulha e Santos Dumont passaram a ser divididos com os aeroportos de Confins (Minas), Guarulhos (São Paulo) e Galeão (Rio de Janeiro), cabendo aos últimos as linhas internacionais.

- Nos três exemplos, uma só justificativa: desafogar os outros terminais e dar mais segurança aos usuários e aos moradores das imediações. O deslocamento para os novos aeródromos de voos de aviões de grande porte, inclusive os de linhas internacionais, foi solução natural. Havia, como ainda há, riscos para as operações nos chamados aeroportos encravados nos centros da cidades - disse o senador.

No entanto, devido à polêmica que tal decisão causou, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) optou por voltar a autorizar os voos internacionais nos aeroportos localizados próximo aos centros urbanos, o que gerou protestos de governadores como Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, e Aécio Neves, de Minas Gerais. Aécio, segundo Arthur Virgílio, considera apressada a liberação da Pampulha e argumenta que Minas não pode abrir mão de um aeroporto como Confins.

- O governador Aécio Neves enviou-me estudo técnico, indicando que o governo de Minas investiu recursos vultosos no aeroporto de Confins, onde o tráfego aéreo ultrapassou, no ano passado, a marca de cinco milhões de passageiros. Aécio Neves argumenta que a região em que se situa Confins tem grande potencialidade - disse o parlamentar, ao frisar a necessidade de que todas as partes sejam ouvidas pela comissão do Senado.

Paralisia

Arthur Virgílio considerou positiva a disposição demonstrada pelo presidente do Senado, José Sarney, de convocar os líderes para uma reunião na próxima terça-feira (24), com o objetivo de discutir as prioridades legislativas do semestre. Na avaliação do senador, a paralisia do Senado em meio à avalanche de denúncias de irregularidades na instituição desde o início da sessão legislativa, em fevereiro, é inaceitável.

- Não se vota, simplesmente não se vota. Não se toma a atitude positiva de colaborar para o enfrentamento da crise diante de um governo que é tímido e é tergiversador diante da crise econômica que aí está - disse.

O parlamentar frisou que "a desmoralização do Congresso não interessa a quem deseja preservar a democracia no país" e disse que cabe ao presidente Sarney liderar as mudanças que se fazem necessárias para devolver ao Senado a credibilidade junto à opinião pública.

Votos

Arthur Virgílio apresentou o voto de pesar pela morte do deputado Clodovil Hernandez (PR-SP), ressaltando seu talento como estilista e sua coragem de assumir sua posição sexual e se tornar um homem público numa sociedade majoritariamente conservadora. Ao tocar no assunto em seguida, do Plenário, o senador lideraria a lista dos parlamentares que prestaram homenagens ao deputado.

O senador também apresentou requerimento de voto de aplauso ao jornal Diário do Amazonas, que completou 24 anos nesta terça-feira, e à apresentadora Hebe Camargo, que comemorou seus 80 anos na última semana.

Lamentando a morte da menina Penélope Barbosa Correia, que morreu na semana passada durante a queda de um avião pilotado por seu pai, Kleber Barbosa da Silva, no estacionamento do maior shopping de Goiânia, o senador apresentou requerimento de voto de pesar.



17/03/2009

Agência Senado


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