Agricultores recebem auxílio para adoção de práticas agroecológicas



Interessados em mudar seu sistema produtivo convencional, substituindo o uso de insumos químicos e agrotóxicos por práticas agroecológicas, agricultores familiares do assentamento Nova Esperança, no município de Iranduba (AM) se aliaram aos pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM).  A parceria desencadeou uma série de atividades para a participação deles no projeto Transição Agroecológica, coordenado pela Embrapa, e que tem o objetivo de apoiar processos concretos de transição para uma agricultura mais sustentável.

Em curso promovido pela Embrapa Amazônia Ocidental e o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), nesta semana, 25 alunos do Ifam/campus Zona Leste estão sendo capacitados sobre a metodologia Diagnóstico Rural Participativo, e como atividade do curso os alunos vão colaborar com os agricultores no diagnóstico do assentamento Nova Esperança, nessa fase inicial do trabalho. Essas atividades de campo ocorrem nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, no assentamento.

Como etapa desse processo, os agricultores participam de oficina nesta sexta-feira (31), quando será discutida a proposta do projeto. Na oficina, pesquisadores, estudantes e professores pretendem auxiliar os agricultores a identificar de forma participativa alguns dos principais problemas nos seus cultivos e verificar quais soluções agroecológicas podem ser viáveis para eles. 

A atividade faz parte do plano de ação "Vitrines tecnológicas permanentes para o Bioma Amazônia", que por sua vez integra um projeto nacional da Embrapa, chamado “Vitrines permanentes de tecnologias para a transição agroecológica”, liderado pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) com ações nos biomas Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Cerrados e Pampa.

O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental Nestor Lourenço informa que, na ação no Amazonas, uma dessas vitrines será implantada no assentamento Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Nova Esperança, onde os agricultores produzem hortaliças, principalmente pimentão, coentro, cebolinha, alface, pepino, couve e pimenta-de-cheiro, e tem plantios em fase inicial com fruteiras como banana e laranja.

O assentamento conta com 80 famílias, das quais 12 agricultores participaram do curso de práticas agroecológicas e manifestaram interesse em mudar seu sistema de cultivo do tipo “convencional” para o orgânico (sem agrotóxicos).

O agricultor Jolney Sell, presidente da Associação de Trabalhadores Rurais do PDS Nova Esperança, informa que o interesse em adotar práticas agroecológicas é uma alternativa para sair de vários problemas enfrentados com a degradação do solo, evitar a contaminação com agrotóxicos e reduzir os custos com insumos químicos. “Estamos em cima de uma terra degradada e desequilibrada, que por 20 anos já foi campo de pasto, já recebeu fogo, tudo isso perturba a vida no solo e degrada a terra”, afirma o produtor, que também é técnico agrícola. “A alma da terra é a matéria orgânica e sem matéria orgânica ela morre; e muitos de nós agricultores estamos matando a vida que existe no solo”, afirma.

Jolney citou como problema o fato de muitos agricultores substituírem a prática da roçagem pelo uso de herbicídas e utilizarem em excesso também outros agrotóxicos.

Segundo o presidente da Associação, a expectativa em ingressar nas práticas agroecológicas é de produzir alimentos sadios. “Queremos produzir um alimento sadio para nós e depois produzir também para tirar uma renda. Precisamos mudar a mentalidade, mas precisamos também de condições. Por exemplo, é importante ter um triturador para ajudar a fazer matéria orgânica”, disse.

>> Leia matéria completa.

Fonte:
Embrapa



31/01/2014 10:46


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