Agricultura: Estudo revela perfil da produção de mandioca



A produção nacional aumentou 35% no período de 1998 a 2005

Com base nos dados da produção e das características da mandioca na região de Assis e no Estado de São Paulo, pesquisadores do Pólo Regional do Médio Paranapanema, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizaram um estudo sobre a importância da cadeia produtiva naquela região.

De acordo com a pesquisa, a mandioca é uma das principais explorações agrícolas mundiais, com produção acima de 160 milhões de toneladas/ano. Entre os tubérculos, perde apenas para a batata e encontra-se entre os cinco principais produtos alimentares (trigo, arroz, milho, batata, cevada e mandioca). No Brasil, maior produtor da América com 24 milhões de toneladas, a mandioca sempre foi o maior volume de produção após a cana-de-açúcar, mas nos últimos anos a cultura perdeu essa posição para o milho e a soja. A produção nacional aumentou 35% no período de 1998 a 2005.

Estima-se que o consumo per capita de mandioca, no país, seja da ordem de 70kg/ano, equivalente a raiz. A farinha, principal derivado da mandioca, é consumida em todo o Brasil, especialmente pela população de renda mais baixa. De acordo com a pesquisa, o consumo médio de farinha é de aproximadamente 18 kg/habitante/ano. Cerca de 85% da produção de mandioca são destinados à fabricação de farinha e amido e o restante vai para consumo in natura (raízes frescas) e indústrias de congelados.

No Estado de São Paulo esse cenário de grandes produções da cultura não é diferente. O estudo aponta que o valor da produção da mandioca para indústria no estado atingiu cerca de R$ 119 milhões em 2005, uma queda de 33,88% em relação ao ano anterior. Apesar da redução, a produção no ano passado foi de 984,447 mil toneladas, 25,54% a mais em relação a 2004. Com esses valores, o estado ocupa a sétima posição no ranking nacional, com uma área de cerca de 64 mil hectares.

A pesquisa revela ainda que o Médio Paranapanema é a principal região produtora do Estado de mandioca para indústria, respondendo por 27% da produção paulista (204,06 mil toneladas). A região de Assis é a primeira em produção, seguida por Ourinhos, Mogi-Mirim, Tupã e Presidente Prudente.

De acordo com o estudo, na região a mandioca é predominantemente cultivada em pequenas e médias propriedades, num total de até 20% da área. Além das condições climáticas do Médio Paranapanema, a rotação da cultura da mandioca com lavouras de soja e milho é outro fator favorável para as altas produtividades de raízes, pois os resíduos deixados pelas outras culturas são aproveitados pela mandioca. Isso acaba gerando um aumento na rentabilidade do produtor, já que o custo de produção se torna menor.

Outra alternativa para a ampliação de renda do pequeno produtor da região é a agroindustria. No Médio Paranapanema, existem cerca de 20 empresas processadoras de mandioca. Algumas realizam contrato de parceria entre empresa e produtor, os chamados fornecedores fixos, e outras adquirem o produto de acordo com a demanda de mercado.

Os pesquisadores concluíram também que a mandioca é uma boa fonte de renda. Os preços mensais do tubérculo geralmente são mais altos no período de outubro a março em decorrência da escassez de oferta do produto. De abril a setembro, época de maior produção, os preços praticados situam-se em patamares inferiores, sendo o preço mais baixo verificado no mês de junho.

Pesquisas na área

O Pólo Regional do Médio Paranapanema possui vários projetos em andamento na área da cultura da mandioca. Um deles é sobre o aproveitamento dos subprodutos da mandioca na alimentação de Ovinos e Peixes.

Além disso, a unidade integra o programa de melhoramento genético da mandioca do Instituto Agronômico (IAC), também da Secretaria. Através do programa, o Pólo realiza pesquisas de avaliação de clones de mandioca, estudos de adubação, nutrição de plantas, espaçamento e densidade populacional. Os cruzamentos realizados, tanto no IAC quanto nas outras unidades, são avaliados nas condições do Médio Paranapanema.

Os cultivares lançados, bem como os clones gerados pelo programa, são exportados para outras regiões paulistas, e também para outros estados como Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Muitos desses clones são cultivares efetivos dentro das regiões avaliadas, tais como IAC-12, IAC-13, IAC-14, IAC-15 e IAC-90. A IAC 576-70 é a cultivar mais difundida no Brasil para consumo in natura pelas qualidades agronômicas e organolépticas, cheiro, cor e sabor.

O resumo e as tabelas que integram o estudo “Agronegócio da mandioca na região Paulista do Médio Paranapanema" estão disponívei

05/04/2006


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