Agripino aponta falha de Lula na reforma agrária e condena ações do MST



Em pronunciamento nesta quinta-feira (17), o senador José Agripino (DEM-RN) avaliou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não está sendo competente a ponto de cumprir as promessas de reforma agrária feitas em campanha. A análise se baseou nas recentes invasões de propriedades públicas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em diversas localidades do país.

O líder do DEM no Senado ressaltou que a causa do MST é "nobre", mas observou que as invasões representam uma ameaça à população e ao Estado Democrático de Direito. Agripino acredita que a responsabilidade pela ocupação das propriedades recai sobre Lula, em razão das promessas não-cumpridas feitas aos sem-terra. Considerou ainda que o presidente da República age de forma inadequada ao não impedir a quebra da ordem democrática pelo MST.

- É um estado de confusão absolutamente incompreensível e preocupante. O que está em jogo é o Estado de Direito. É um movimento organizado que vive subsidiado com recursos públicos para organizar um movimento de insatisfação com promessas do governo e gerar o tumulto, beirando a quebra da ordem pública - afirmou.

Em aparte, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) manifestou apoio a Agripino e disse que o direito de propriedade precisa ser respeitado por todos.

- O governo tem que achar meios legais e transparentes de fazer justiça a quem merece, mas não pode fazer bondade com o chapéu alheio, rasgando a Constituição todos os dias - declarou a senadora.

Juros

Agripino disse ainda que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar os juros em meio ponto percentual não foi acertada e que a medida vai produzir um resultado "nefasto" na economia.

- Aplicou-se para uma perspectiva inflacionária um remédio contrário ao adotado pela economia americana, para se proteger da atual crise financeira, que foi uma violenta redução da taxa de juros para fomentar o consumo, a concessão de empréstimos para ativar a economia e livrar o país da recessão, do desemprego e da estagnação econômica - comparou.

O senador pelo Rio Grande do Norte considerou que, em vez de aumentar os juros, o governo deveria investir na redução da carga tributária, na eliminação da burocracia e na infra-estrutura para o escoamento da produção. Segundo argumentou, a retomada da inflação é resultante da demanda superior à capacidade produtiva do país, que não foi capaz de acompanhar o ritmo de consumo da população.



17/04/2008

Agência Senado


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