Agripino apresenta estudo que aponta favorecimento do governo federal ao PT
O líder do PFL, José Agripino (RN), denunciou nesta quarta-feira (26) o uso de recursos públicos em benefício de prefeituras comandadas pelo PT, com vistas às eleições municipais de outubro. Estudo analítico feito a partir de dados colhidos no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) foi apresentado pelo senador como demonstrativo desse favorecimento, em prejuízo da oposição e até mesmo dos demais partidos integrantes da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma das constatações mais importantes, na opinião do líder pefelista, é a de que as prefeituras hoje sob controle do PT receberam em média R$ 961 milhões como fruto dos convênios firmados com a União, ao passo que aquelas controladas pela oposição receberam em média R$ 186 milhões. As prefeituras sob comando dos demais partidos da base governista receberam em média R$ 148 milhões. As do PMDB e do PL receberam em média R$ 122 milhões e 110 milhões, respectivamente, valores inferiores aos destinados a prefeituras do PFL (R$ 187 milhões), PDT (R$ 200 milhões) e PSDB (175 milhões).
Antecipando-se a críticas dos senadores da situação, Agripino apresentou os dados sob outro ângulo, para evitar que os valores relativos à cidade de São Paulo possam ser usados para desqualificar a denúncia: no caso dos municípios governados pelo PT, o valor médio transferido por habitante foi de R$ 4,33, contra R$ 3,47 por habitante em média para os demais municípios.
- O governo Lula separou os brasileiros entre cidadãos de primeira e segunda classe, entre os que moram em município administrado pelo PT e os que moram em outros municípios - afirmou o senador.
Os convênios somam R$ 364 milhões, dos quais 36% vão para 138 prefeituras petistas. Os 64% restantes vão para 1.417 prefeituras controladas por outros partidos. O senador potiguar vê injustiça nessa distribuição, já que as prefeituras de outros partidos representam mais de dez vezes o número de prefeituras petistas, mas ficam com menos do dobro repassado àquelas do partido de Lula.
26/05/2004
Agência Senado
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