Agripino critica publicação do governo brasileiro em revista estrangeira



O senador José Agripino (DEM-RN) comentou, nesta segunda-feira (9), notícia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual o governo Lula teria pagado a publicação, na revista norte-americana Foreign Affairs, de um encarte com propaganda de cunho eleitoreiro. Os recursos para a publicação do encarte, segundo o jornal, teriam saído da Petrobras e do Banco Nacional para o Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

- Nós temos a obrigação de fazer esse tipo de análise e denunciar ao país. Eu vou tomar a iniciativa de levantar quem pagou, com que recursos foi pago esse encarte na revista Foreign Affairs, para que o Brasil saiba o que o governo está fazendo realmente em matéria de poupança e de contenção do gasto público - afirmou.

Agripino disse que o encarte faz propaganda de brasileiros que são candidatos e são citados de forma "altamente elogiosa". Na opinião do senador, muitas das medidas tomadas pelo governo Lula para combater os efeitos da crise financeira internacional visam apenas ganhar tempo para inocular o vírus da retomada da confiança. Ele assinalou que, o que se vê é o aumento do gasto público de má qualidade.

Lembrando a insistência do governo na importância do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o enfrentamento da crise pelo país, Agripino disse que o PAC vai dar uma contribuição, mas está longe de ser a fundamental. Para ele, o objetivo real do governo é poder dizer, na campanha de 2010: "Aqui está a saída da crise. Foi por aqui. Se você quiser continuar com o Brasil gigante, vote neste candidato".

O líder do Democratas ressaltou que o governo anunciou recursos para empréstimos do BNDES, privilegiando empresas que atuam no PAC. Em seguida, lembrou o senador, o governo, por meio da ministra Dilma Rousseff, "candidata declarada à Presidência da República", anunciou mais R$ 150 bilhões para o PAC.

O parlamentar citou dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) para demonstrar que, nos primeiros anos, o governo federal conseguiu empenhar ou gastar apenas R$ 15 bilhões, menos que a metade dos R$ 35 bilhões prometidos para o PAC, que tem anunciado um total de recursos de R$ 600 bilhões.

- Anunciam agora mais R$ 150 bilhões, esquecendo que nós, brasileiros, que temos a responsabilidade de fiscalizar os atos do governo com responsabilidade e sem radicalismo, vamos fazer uma análise dos números e vamos identificar que naqueles R$ 150 bilhões o dinheiro grosso é a intenção de setores privados que podem ou não, em função da crise, fazer o investimento; de estatais, tipo Petrobras, que em função do preço do petróleo, pode ou não fazer aqueles investimentos; de estados e municípios quebrados com a diminuição do Fundo de Participação [dos Estados e dos Municípios], que podem ou não fazer aqueles investimentos. E, ao final, a pequena participação do governo federal nos recursos ou dos investimentos previstos pelo PAC - concluiu.



09/02/2009

Agência Senado


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