Agripino diz aceitar derrota em prol da unidade do PFL



O PFL resolveu indicar o senador José Jorge (PE) como candidato a vice-presidente da República na chapa do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), mas, na avaliação de oposicionistas e governistas, o líder do PFL no Senado, José Agripino, saiu vitorioso mesmo tendo sido derrotado nessa disputa. Embora desejasse a vitória, Agripino disse que irá respeitar a decisão em nome da unidade do partido.

- Gostaria de ter ganho, mas o partido resolveu por um caminho diferente, que respeito e vou aplaudir. Pela minha história e pelo papel do meu partido, vou defender com unhas e dentes a unidade do PFL - anunciou em Plenário nesta quinta-feira (18).

Antes mesmo da definição do pleito, Agripino disse ter acertado com José Jorge que quem ganhasse, levava, e quem perdesse, aceitava a decisão, "sem choro nem vela". E foi essa a postura adotada pelo líder pefelista ao agradecer os 45 votos recebidos (47% dos 96 votantes; 51 votaram em José Jorge). Agora, ele avisou que irá atuar com "ações efetivas, trabalho e coerência" em prol da unidade do partido e da campanha presidencial de Alckmin.

O rol de apartes elogiosos ao pefelista foi aberto pelo líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio, a quem considera um "senador-irmão". A atitude de Agripino foi vista pelo tucano como "uma demonstração de espírito de apego à organização partidária". Em seguida, o senador Tião Viana (PT-AC) destacou a "responsabilidade política" demonstrada pelo colega do Rio Grande do Norte ao expor esse resultado.

Já a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) considerou que a disputa apertada - Agripino perdeu por seis votos - denotou "respeito, admiração e reconhecimento" por parte dos correligionários. Enquanto o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) cumprimentou o PFL pela indicação de José Jorge, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) registrou seu respeito e carinho por Agripino e sua família.

Apesar de atuarem em campos políticos opostos, os outros dois senadores pelo Rio Grande do Norte, os peemedebistas Garibaldi Alves e Fernando Bezerra, fizeram questão de afirmar a competência, integridade e honradez de Agripino na vida pública. Para o senador Marco Maciel (PFL-PE), essa escolha sobressaiu como marco de afirmação partidária, destacando o alto nível da disputa e do relacionamento entre os candidatos.

O senador Sibá Machado (PT-AC) acentuou a "excelente oposição" realizada pelo líder pefelista ao atual governo; o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) avaliou que Agripino e José Jorge saíram engrandecidos desse processo; o senador César Borges (PFL-BA) salientou a postura nobre de Agripino em todo o processo; o senador Edson Lobão (PFL-MA) sustentou que a ida de Agripino à tribuna demonstrou estar ele livre de qualquer sentimento de complexo em relação ao resultado.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi o último a aderir às manifestações de "profundo carinho e sinceridade" na breve homenagem ao líder pefelista, visivelmente emocionado ao encerrar seu discurso e ser abraçado pelos colegas em Plenário.



18/05/2006

Agência Senado


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