Agripino diz que governo tem má vontade para discutir o salário mínimo
O senador José Agripino (PFL-RN) afirmou nesta quinta-feira (13) que os partidos governistas "deram demonstração clara de que não interessava a discussão sobre o salário mínimo", ao boicotarem a comissão mista especial instalada para discutir a medida provisória que fixou em R$ 260 o novo valor para o piso salarial vigente no país. A comissão não votou a matéria por falta de quórum, garantida pela ausência dos parlamentares da base governista.
Agripino lembrou que a comissão foi instalada por determinação dos partidos de oposição, já que os governistas também se ausentaram durante sua instalação. Foram eleitos presidente e vice-presidente, designado o relator e os trabalhos foram iniciados. No dia seguinte à instalação, o PT destituiu da comissão o senador Paulo Paim (PR-RS), que ocupava a vice-presidência.
- Houve uma seqüência de demonstrações de má vontade para com a discussão do salário mínimo - afirmou o líder do PFL.
O representante potiguar afirmou ser responsabilidade da oposição cobrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a promessa de campanha de dobrar o valor do salário mínimo durante seu mandato. Assim, a oposição poderia cobrar um valor de R$ 322,22, proporcionalmente necessário para a duplicação, mas se contentou com a proposta apresentada pelo relator, deputado Rodrigo Maia, de elevar o piso para R$ 275.
- Mais uma vez, a base do governo boicotou reunião, impedindo que houvesse quórum. PFL, PSDB e PDT estavam 100% presentes na comissão. Da base do governo, estavam presentes um tantinho assim, do tamanho do salário mínimo. Esperamos até 14 horas para que matéria fosse a voto, mas isso não aconteceu - lamentou o senador.
Na votação no Senado, o governo "vai ver com quantos paus se faz uma jangada", previu o senador.
- Tenho certeza absoluta que vamos conquistar, em nome do trabalhador brasileiro, um acréscimo, por menor que seja - disse, lembrando que o Brasil paga o menor alário mínimo de toda a América do Sul.
Agripino cobrou ainda que o governo mude sua posição de cancelar o visto de trabalho do jornalista do The New York Times, Larry Rohter, que em reportagem publicada no último domingo disse que o presidente Lula exagerava na bebida. Para Agripino, "errar é humano, mas insistir no erro é, no mínimo, pouco inteligente".
13/05/2004
Agência Senado
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