Agripino garante que mínimo não passa e mostra por que o Brasil não cresce



O líder do PFL, senador José Agripino (RN), garantiu que a medida provisória que estabelece o novo valor do salário mínimo em R$ 260 não será aprovada pelo Senado. Ele disse ainda que faltam iniciativas ao PT, salientando que o partido está plagiando, por meio do deputado Paulo Bernardo (PT-PR), proposta feita há dois anos pelo deputado Ney Lopes (PFL-RN) de reajustar o salário mínimo por um índice específico baseado na variação dos preços da cesta básica.

Agripino apresentou também números da revista IstoÉ, que analisa as causas possíveis que impedem o chamado -espetáculo do crescimento- do país.

Agripino disse que a proposta de salário mínimo apresentada pelo governo equivale a US$ 86, e fez uma comparação com o que é pago em países mais pobres do que o Brasil: segundo ele, a Colômbia tem um mínimo equivalente a US$ 150; a Costa Rica, US$ 347; a Argentina, US$ 122; El Salvador, US$ 154; Honduras, US$ 113; Venezuela, US$ 156; Chile, US$ 250. Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) acrescentou números de países ricos: segundo ele, os Estados Unidos têm um salário mínimo de US$ 890, e a França, de US$ 1 mil.

Ele citou as razões apontadas pela revista para que não aconteça o -espetáculo do crescimento-: taxa de juros exageradamente alta, embora em queda; risco Brasil ainda exageradamente alto; carga tributária absurda e que só faz aumentar; capacidade de absorção de crises nota zero; base parlamentar que não é nem sólida, nem líquida, mas gasosa; e salário mínimo ridículo, que não garante mínimas condições de sobrevivência aos brasileiros mais pobres.



07/06/2004

Agência Senado


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