Agripino mostra de onde o governo pode tirar dinheiro para dar mínimo maior



O líder do PFL, senador José Agripino Maia (RN), apresentou números sobre o salário mínimo e mostrou de onde o governo pode tirar o dinheiro para garantir um mínimo de R$ 275, como propõe o relatório do deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) e com o qual o PFL fechou questão no Senado.

- Só com o aumento de R$ 2,8 bilhões na carga tributária e com o retrocesso que foi a mudança da data do reajuste do mínimo de 1° de abril para 1° de maio, um verdadeiro confisco, uma tunga, o governo já tem os recursos para conceder um aumento de R$ 15 em sua proposta - disse Agripino.

Agripino disse que seus cálculos baseiam-se em uma regra de três simples: o total de gastos que o governo terá para aumentar o mínimo de R$ 240 para R$ 260, como pretende, e quanto gastará para aumentar a proposta de R$ 260 para R$ 275.

- Nem estou levando em consideração dois fatores evidentes: o aumento da receita tributária, da arrecadação, que resultaria de um salário mínimo maior e de compras maiores; e a economia que o governo está fazendo ao impedir a aprovação da chamada PEC paralela, que garantiria uma regra de transição justa para aposentados e isenção de contribuição para quem tem mais de 70 anos e sofre de doenças graves - disse Agripino.

O senador lembrou que foi governador com uma inflação mensal de 40% e era obrigado a dar ao seu funcionalismo aumentos salariais de quatro em quatro meses. "No mês seguinte a cada aumento, a arrecadação crescia tanto que compensava o gasto a mais com salários, porque o funcionalismo ia às compras, dinamizava a economia", explicou. Quanto à não aprovação da PEC paralela da Previdência, o senador disse que nem fez os cálculos dos ganhos do governo, mas acha que são significativos.

- Sem contar que o governo Lula mudou a decisão do governo Fernando Henrique, que reajustava o mínimo em abril, e passou a fazer o reajuste em maio. Quer dizer, tirou de quem ganha o mínimo um mês de aumento.



14/06/2004

Agência Senado


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