Agripino: governo está sem caixa e pode tentar criar novo imposto
Para o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), o adiamento na entrega de devoluções do Imposto de Renda é um das provas de que o governo federal "está sem caixa". Ele também disse que, devido à queda nas receitas da União e ao aumento de suas despesas, o governo pode tentar criar um novo imposto.
- O governo diz que superou a crise de braçada. Mas não superou. A euforia governamental não tem razão de existir - declarou o senador nesta terça-feira (13), ao discursar em Plenário.
Segundo Agripino, a arrecadação federal caiu 1,5% entre janeiro e agosto deste ano, em termos nominais, na comparação com o mesmo período do ano passado; já as despesas aumentaram 15,9%. Ele destacou que, enquanto as receitas diminuíram devido à crise e às renúncias fiscais promovidas para reativar a economia, as despesas cresceram "não devido aos investimentos, mas por causa da expansão dos gastos com pessoal, seja por conta de aumentos salariais ou por contratação de pessoal".
- E não se vê uma única atitude do governo para conter o gasto público ou melhorar a qualidade desse gasto - criticou.
Agripino apontou ainda, como sinal de que faltam recursos à União, uma suposta resistência da própria base aliada para aprovar, no Senado, o projeto do governo que destina um crédito suplementar de R$ 1 bilhão para auxiliar as prefeituras. Outro sinal seria a constatação de que diversos fundos - como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Fundo da Marinha Mercante (FMM) - estão recebendo recursos do governo, mas sem gastá-lo.
- Receio que o governo tente criar um imposto novo ou uma sucessão de impostos novos - alertou ele, ressaltando que, se isso ocorrer, a iniciativa "vai se deparar com a oposição".
Investimentos
Ao comparar os investimentos feitos durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso e a de Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do DEM afirmou que o governo do primeiro investiu em média R$ 20,3 bilhões por ano, enquanto o segundo investiu R$ 18,4 bilhões (em valores reajustados).
- Lula investiu menos [em média]. E isso num momento em que o Brasil viveu a bonança externa e teve todas as chances de multiplicar investimentos - observou ele.
O discurso de Agripino recebeu o apoio, por meio de apartes, dos seguintes senadores: Alvaro Dias (PSDB-PR), Eliseu Resende (DEM-MG), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Adelmir Santana (DEM-DF), Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Antonio Carlos Junior (DEM-BA) e Sérgio Guerra (PSDB-PE).
13/10/2009
Agência Senado
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