Agripino protesta contra a criação de 2.797 novos cargos comissionados, sem concurso público
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), protestou contra a Medida Provisória nº 163, que cria 2.797 novos cargos em comissão no Executivo federal, a serem preenchidos sem exigência de concurso público. Ele anunciou que o PFL votará contra a MP.
Para Agripino, é absurdo criar novos cargos de função gratificada porque a máquina burocrática do governo não aumentou. Além disso, acrescentou, há especialistas de todos os tipos nos bancos de reserva do serviço público, aptos a preencher qualquer posto no governo, caso haja necessidade.
- Como o PT tem o cacoete de colocar unicamente petistas nos postos do governo, isso quererá dizer que os 2.797 neopetistas, com uma folha salarial da ordem de R$ 58 milhões, serão obrigados a ceder 20% de sua remuneração para o partido. Ou seja, o PT receberá uma injeção de R$ 17 milhões mensais em seus cofres, em ano eleitoral - alertou.
José Agripino também condenou a decisão do governo Luiz Inácio Lula da Silva de comprar uma nova aeronave para a Presidência, no valor de US$ 67 milhões, ou seja, R$ 165 milhões, mais uma manutenção cara.
- Não comprou da Embraer, para gerar empregos no Brasil, mas adquiriu de uma empresa francesa para criar empregos na França - comentou.
Segundo Agripino, essas decisões não condizem com um presidente que, tendo origem no operariado, deveria ter um comportamento mais austero, como certamente é o que os eleitores esperavam dele.
Agripino comparou os gastos com a nova aeronave da Presidência com as rubricas do Orçamento Geral da União para 2004 relativas a investimentos para os setores de pesca (R$ 65 milhões), esporte (R$ 122 milhões) e turismo (R$ 200 milhões).
28/01/2004
Agência Senado
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