Parlamentares protestam contra criação de cargos comissionados no Senado
Apoiado por outros senadores, Eduardo Suplicy (PT-SP) protestou, nesta quarta-feira (21), contra a possibilidade de que criação de 102 novos cargos comissionados no Senado. Ele citou matéria publicada no Jornal do Senado, segundo a qual o Conselho de Administração da Casa poderia propor mudanças na estrutura dos gabinetes, e outra publicada no jornal Correio Braziliense, na qual se afirma que "essa proposta abre brecha para que os atuais chefes de gabinete, obrigatoriamente servidores de carreira, sejam substituídos por indicações políticas".
O presidente do Senado, José Sarney, disse estar "perplexo" com a notícia. Ele afirmou que essa proposição não existe e que, caso existisse, seria "uma insensatez".
- Não se está criando cargo algum - declarou Sarney.
O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) também ressaltou que não houve qualquer decisão com esse objetivo.
- Não consta a criação de nenhum cargo, o que seria um desastre para a instituição - reiterou ele.
Suplicy, ao criticar a eventual substituição dos chefes de gabinete, defendeu a manutenção de funcionários de carreira nesses cargos, "pois eles funcionam como verdadeiras âncoras da integridade administrativa do Senado". O líder do DEM, José Agripino (RN), concordou com Suplicy, argumentando que "os atuais chefes, que pertencem ao quadro do Senado, são muito bem qualificados e conhecem muito bem a Casa".
Osmar Dias (PDT-PR) disse que a criação de novos cargos comissionados "iria contra a necessidade de reduzir os custos da Casa". E o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que também apoiou Suplicy, disse que "ou o Senado muda ou o Senado acaba".
Em seguida, José Nery (PSOL-PA) solicitou uma reunião com os líderes partidários no Senado, para discussão da proposta de reforma administrativa apresentada pela Fundação Getúlio Vargas. Já Renato Casagrande lembrou que o 1º secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), e o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, devem prestar esclarecimentos sobre as medidas relativas à reforma na próxima semana, durante reunião na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Casagrande é o presidente dessa comissão.
21/10/2009
Agência Senado
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