Agripino quer redução dos juros para combater a crise
"Se o governo insistir na demagogia de tiro de chumbinho, vai ter que arcar com a responsabilidade de não ter sabido conduzir a crise". A opinião é do líder do Democratas, senador José Agripino (RN), que defende "um tiro de calibre 12 na crise" (redução da taxa de juros), em vez de disparos de chumbinho (redução do Imposto sobre Produtos Industrializados e do Imposto de Renda).
Na avaliação do senador, as justificativas para manter os juros elevados não são mais válidas. Como a recessão já chegou ao país, não há mais motivo para ampliar a Taxa Selic sob o argumento de combater a inflação provocada pela demanda. Por outro lado, o país hoje dispõe de cerca de US$ 200 bilhões de reservas, o que anularia a necessidade de oferecer juros generosos para atrair recursos.
- Por que o Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central] reúne-se apenas de 45 em 45 dias? A crise exige reuniões quinzenais ou semanais. O governo tem que dar um tiro de 12 e, em vez de reduzir a Taxa Selic meio por cento ou um por cento a cada 45 dias, tem que baixá-la logo - aconselhou José Agripino.
O senador observou que, ao anunciar o aumento do número de beneficiários do Bolsa-Família e ampliar o número de meses para o pagamento do seguro-desemprego (medidas com as quais concorda por considerar que oferecem uma proteção aos mais pobres), e diante da recessão que está posta, a arrecadação fatalmente diminuirá.
O crescimento das despesas sociais e a diminuição dos recursos disponíveis no cofre do Tesouro provocará a redução do volume de investimentos, explicou Agripino. Por sua vez, a diminuição dos investimentos implicará em uma queda na geração de emprego sustentado.
12/02/2009
Agência Senado
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