Agripino rebate declarações do presidente Lula sobre CPMF



A acusação de que "o PFL torce todo santo dia para as coisas não darem certo neste país" e a de que "quem tem medo da CPMF é quem sonega imposto", feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (29), levaram o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), a indagar quem concedeu autoridade ao presidente da República para julgar que está mais certo quem vota pela prorrogação da contribuição do que pela sua extinção. Ele pronunciou-se durante o debate da PEC que prorroga a CPMF.

- Sei por que o presidente Lula anda irrequieto e está direcionando sua irritação especificamente para o Democratas. A raiva dele é porque o nosso partido foi o primeiro a fechar questão contra a prorrogação da CPMF. Essa posição foi adotada não porque sejamos do contra, mas porque o nosso estatuto determina que devemos lutar contra o aumento da carga tributária - afirmou José Agripino.

Na avaliação do senador, o presidente da República ficou ainda mais irritado ao ver as fotografias e as notícias sobre a reunião realizada no gabinete do DEM que reuniu 32 senadores contrários à prorrogação da CPMF. Pelos cálculos de José Agripino, Lula sabe que pelo menos dois outros senadores, que não puderam comparecer ao encontro são votos certos contra a proposta do governo.

José Agripino fez um alerta aos demais senadores dizendo que, antevendo a derrota, o governo passará a usar de todos os métodos para tentar reverter a situação. Ele antecipou que um dos argumentos será o de que, por exemplo, o Piauí arrecada menos de CPMF do que recebe na forma de repasse de recursos dessa contribuição. Outra estratégia que o governo deverá utilizar, classificada pelo senador como chantagem, será a de ameaçar com interrupção ou diminuição dos benefícios do programa Bolsa-Família.

- Desafio o governo a contestar estes números: somente nos dez primeiros meses deste ano o excesso de arrecadação da União chegou a R$ 36 bilhões, ou R$ 3,6 bilhões por mês. Até o final do ano, este valor chegará a R$ 43 bilhões, o que representa R$ 7 bilhões a mais do que a arrecadação da CPMF em um ano. Se o Bolsa-Família for mesmo prioridade do governo ele não fará interrupção nenhuma e poderá ampliar em mais ou menos 80% o número de alistados no programa - computou José Agripino.



29/11/2007

Agência Senado


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