Suplicy comenta declarações do presidente Lula sobre ideologia de esquerda e de direita



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) comentou nesta terça-feira (12), em Plenário, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre posições ideológicas de esquerda e de direita. Durante cerimônia na qual recebeu o título de Personalidade do Ano da Editora Três, o presidente comentou sua amizade com o ex-ministro Delfim Netto e disse que "uma pessoa muito idosa esquerdista" ou "uma pessoa muito nova de direita" estaria "com problemas". Suplicy afirmou que todas as pessoas, sejam jovens ou idosas, de esquerda ou de direita, têm problemas durante o decorrer da vida.

- É claro que toda pessoa, seja ela de esquerda, de direita, obviamente vai amadurecer com tudo aquilo que observa na vida, com as coisas que vê - opinou.

Suplicy declarou que, embora tenha cabelos brancos, é uma "pessoa de esquerda", pois continua querendo justiça e liberdade efetiva para todos. O senador citou o arquiteto comunista Oscar Niemeyer - que completa 99 anos de idade nesta semana - como contraponto às declarações do presidente Lula.

Suplicy disse ainda aceitar com naturalidade um possível convite a Delfim Netto para participar do segundo governo do presidente Lula.

- Dada a sua experiência e aquilo que tenha refletido, penso que poderia ele trazer uma contribuição positiva - avaliou.

Em apartes, os senadores Almeida Lima (PMDB-SE), Heráclito Fortes (PFL-PI) e Romeu Tuma (PFL-SP) comentaram o pronunciamento do colega. Almeida Lima disse que a declaração do presidente "foi triste, própria de quem passou a vida ou viu a vida passar sem convicções". Heráclito afirmou que o governo federal tenta fazer com que "a Nação aceite, sem traumas, a presença de Delfim Netto no governo". Já Tuma afirmou que "a sabedoria nos faz perceber que, quanto mais próximos estamos da verdade, maior é a convergência entre o nosso pensamento e o dos nossos opositores".

Suplicy ressaltou que o Partido dos Trabalhadores, no seu entender, é um partido de esquerda e democrático, que defende a igualdade, a fraternidade, a solidariedade e a liberdade. Por fim, o senador citou recente pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) segundo a qual apenas 1% das pessoas mais ricas da Terra possuem 40% da riqueza global.



12/12/2006

Agência Senado


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