Agripino sugere ao governo levantamento de projetos sobre geração de empregos



O líder do PFL, senador José Agripino (RN), manifestou preocupação com a questão da geração de empregos e em especial com as notícias de que o Comitê de Política Monetária (Copom) não deverá reduzir a taxa de juros na próxima semana. Agripino sugeriu nesta sexta-feira (16) ao governo que faça um levantamento de todos os projetos criativos destinados à criação de empregos que estejam tramitando no Congresso para que se definam os pontos de vista convergentes e se acelere a votação das proposições, -já que a taxa de juros não vai cair e a carga tributária vai aumentar, se passar pela oposição patriótica do PFL-.

O senador destacou que o país caminha para uma situação grave de desemprego e sugeriu que a organização dos projetos e a negociação em torno das matérias seja coordenada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Jaques Wagner - ou por outro ministro que o governo considere mais apropriado. Uma das proposições em tramitação, disse, é de sua autoria e institui bolsa com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para estágios de jovens em universidades e em empresas. Os objetivos são a utilização dos recursos do FAT para a geração do primeiro emprego, o treinamento e o aperfeiçoamento de mão-de-obra, o incentivo ao desenvolvimento nas regiões interioranas, a concessão de recursos aos mais carentes, a facilitação do pagamento da mensalidade em universidade privada. O projeto proíbe a substituição do empregado pelo estagiário.

O líder do PFL disse que a preocupação com a geração de empregos aumenta diante da renegociação do Refis (Programa de Recuperação Fiscal), a proposta de aumento sobre a Contribuição Social do Lucro Líquido (CSLL) das empresas e o aumento da Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) para as instituições financeiras. Segundo o senador, a nova proposta é restritiva, cria dificuldades às empresas que já empregam e traz um aumento indesejável da carga tributária.

Crise

Agripino comentou a crise aberta na quinta-feira (15) com a renúncia do líder do PT, senador Tião Viana (AC), como reação a documento subscrito por oito senadores de apoio aos chamados -radicais- do PT. O líder do PFL solidarizou-se com Tião Viana, que teria sido desautorizado em sua liderança, mas observou que os oito senadores verbalizaram o passado do partido, a coerência do PT, as teses que haviam feito a população votar no então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva. Agripino disse ainda que os chamados -radicais- são os verdadeiros intérpretes do pensamento do PT.

Depois de comentar que a crise terminou com -o ineditismo do PT de inaugurar a retirada de assinaturas, prática que tanto criticou em passado recente-, o líder do PFL lembrou que o documento foi invalidado e que Tião Viana retomou a condição de líder.

- Esses fatos provocaram no mercado financeiro movimentos desinteressantes, como a alta do risco Brasil e a alta da taxa do dólar. O que se imaginava crescente, a euforia no campo econômico motivada pela agenda positiva das reformas, foi interrompido com uma crise política, mostrando que a economia brasileira continua extremamente vulnerável - analisou.

Para Agripino, o pior de tudo é a sinalização de que o Copom não irá fazer o que os brasileiros gostariam que fosse feito: que se iniciasse a queda da taxa de juros para que as empresas pudessem se capitalizar e para que o país pudesse retomar o crescimento.

- A crise política terminou determinando que o Copom não vai baixar a taxa de juros, que a retomada do processo produtivo e de geração de empregos não vai acontecer a curto prazo - concluiu o senador, para quem o governo, que prometeu a criação de 10 milhões de empregos, entra na contramão da política anunciada.



16/05/2003

Agência Senado


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