Agripino sugere mediação da OEA em conflito Equador-Colômbia-Venezuela



O líder do Democratas no Senado, José Agripino (RN), sugeriu ao Brasil que recorra à Organização dos Estados Americanos (OEA) para mediar o conflito entre o Equador, a Colômbia e a Venezuela, deflagrado depois que tropas colombianas mataram, na fronteira com o Equador, o vice-líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Raúl Reyes.

Segundo recomendou Agripino, a posição do Brasil no conflito deve ser de total cautela, sem demonstrar ser favorável antecipadamente a qualquer dos lados. O parlamentar ponderou que o Brasil é uma nação de tradição pacifista e que assim deve continuar.

- Não quero aqui discutir se houve ou não invasão do território equatoriano por forças colombianas. O presidente Hugo Chávez (Venezuela) e Rafael Correa (Equador) agiram de forma inusitada. A virulência da reação de Chávez é preocupante - considerou o líder do Democratas.

CPI dos Cartões

No mesmo discurso, Agripino afirmou que seu partido não aceita a pressão de alguns líderes do PT da Câmara que agora reivindicam a presidência, e não mais a relatoria, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos. O senador pelo Rio Grande do Norte cobrou a imediata instalação da comissão, ressaltando que seu partido já apresentou os nomes de seus integrantes que irão compô-la.

- O Bloco da Minoria no Senado fez um entendimento, e não um acordo, com o PMDB para ocupar a presidência da CPMI. Se o entendimento não for para isso, estou fora. Não participarei. Desse jeito, criaremos a CPI só de senadores, onde a oposição terá o seu lugar garantido - advertiu.

Em aparte, o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), sustentou que o presidente Hugo Chávez "está doido para uma guerra e busca um pretexto para isso". Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que o ex-presidente da República e senador José Sarney (PMDB-AP) já alertara, em discurso, sobre a possibilidade de o presidente venezuelano entrar em conflito armado com algum país vizinho.



03/03/2008

Agência Senado


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