ALCÂNTARA DIZ QUE PAÍS PRECISA MELHORAR ATENDIMENTO À MULHER



O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) alertou, em discurso, sobre a necessidade de o país melhorar o atendimento médico nos programas voltados para a saúde da mulher. Ele citou dados do Ministério da Saúde, segundo os quais a cada duas horas morre uma mulher devido a complicações na gravidez, parto e pós-parto. Disse ainda, baseado nesses dados, que o índice de mortalidade materna no Brasil é de 141 mortes para cada 100 mil bebês nascidos vivos.
- A tragédia arrasta atrás de si um drama amargo, qual seja, o de milhares de crianças, espalhadas por esse imenso Brasil, órfãs de mãe, que morrem em decorrência do parto ou pós-parto. Nossa taxa de mortalidade materna é 35 vezes maior do que a dos países industrializados - disse.
O discurso do senador foi feito a partir da comemoração do Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher e do Dia de Redução da Mortalidade Materna, no último dia 28. Ele citou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que indicam a ocorrência de aproximadamente 500 mil mortes de mulheres por ano em todo o mundo, devido a complicações ligadas à gravidez, parto e pós-parto. No Brasil, segundo o senador, 98% dessas mortes poderiam ser evitadas, com programas de prevenção e pré-natal.
Os cânceres ginecológicos e de mama também foram citados por Alcântara. Em 1999, houve 6.900 mortes relacionadas ao câncer de colo de útero no Brasil. Segundo o senador, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) desenvolveu programas de rastreamento do câncer uterino e, até 1997, 40 mil mulheres já haviam sido atendidas. Disse ainda que o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Prevenção do Câncer Uterino, em 1998, para realizar exames preventivos em quatro milhões de mulheres, na faixa etária de 35 a 49 anos.
Conforme o senador, houve um aumento no número de mulheres com doenças sexualmente transmissíveis. São, segundo ele, 4.119 casos de infecção pelo HIV, na proporção de uma mulher infectada pelo vírus da AIDS para cada três homens.
Segundo dados da OMS e do IBGE, também citados pelo senador, cerca de um milhão de adolescentes tornam-se mães a cada ano. São mais de 707 mil partos na faixa etária de 10 a 15 anos e mais de 53 mil abortos. Para Alcântara, as causas desses problemas que afetam as mulheres vão da falta de alimentação e de assistência médica até o excesso de trabalho.
- As mulheres representam 50,7% da população brasileira e 49,8% do eleitorado. São números expressivos, certamente. Mas muito mais expressivo é o reconhecimento que devemos ter acerca dos direitos das mulheres à saúde - concluiu.

30/05/2000

Agência Senado


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