ALCÂNTARA PATROCINA LIVRO QUE TRATA DA SECA



De 1825 a 1983, o "lento genocídio das secas" exterminou três milhões de nordestinos, o que equivale a metade das vítimas do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, de acordo com o historiador Marco Antonio Villa. Ele é o autor do livro Vida e Morte no Sertão - História das Secas no Nordeste nos Séculos XIX e XX, lançado nesta quarta-feira no Espaço Cultural Zumbi dos Palmares da Câmara dos Deputados. O livro é co-editado pela Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), e pela Editora Ática.

Para Villa, apesar dos graves problemas que acarreta para a população, o drama das secas não tem recebido a atenção que merece de historiadores e outros estudiosos. Ele fez um levantamento minucioso não só das perdas humanas causadas pelas estiagens, mas também das políticas equivocadas - ou da ausência de políticas - adotadas em dois séculos para fazer frente ao problema. Em foto na seção iconográfica do livro, que tem 270 páginas e custa R$ 19,90, um grupo de pessoas é visto numa frente de emergência varrendo a rodovia Transamazônica.

- Quando falamos das mazelas da seca somos recebidos com olhares de tédio, num sinal de que o problema não é compreendido. A seca tornou-se um tema banal, menos para quem morre, adoece e empobrece sob seus efeitos - disse Alcântara ao início da noite de autógrafos.

22/11/2000

Agência Senado


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