ALCÂNTARA ANALISA LIVRO QUE TRATA DA GLOBALIZAÇÃO



Antes um entusiasmado defensor da globalização, o pensador inglês Anthony Giddens tem se mostrado mais crítico em relação ao fenômeno da produção em escala mundial e da comunicação instantânea entre bilhões de seres humanos, conforme observa o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE). Ele vê Mundo em Descontrole - O que a Globalização Está Fazendo de Nós, novo livro do diretor da London School of Economics, como um alerta.

Filiado aos princípios iluministas, Giddens notabilizou-se não só como pensador, mas também como guru de dirigentes políticos auto-intitulados social-democratas. Até o presidente do Estados Unidos, Bill Clinton, o tem como conselheiro. E o presidente Fernando Henrique Cardoso nunca escondeu sua preferência pelas "teses pragmáticas" de Giddens, com quem mantém contatos freqüentes. O livro é uma coletânea de conferências trasmitidas pela rede BBC.

"A globalização não está se desenvolvendo de uma maneira eqüitativa, e está longe de ser inteiramente benéfica em suas conseqüências", diz Giddens em Mundo em Descontrole, conforme citação do senador. De acordo com Alcântara, o livro fala da americanização agressiva nos domínios da ordem global, onde as empresas multinacionais gigantes são invariavelmente norte-americanas. A ausência de equidade traduz-se em perda de poder de compra para a parte mais pobre da população, cuja renda diminuiu de 2,3% para 1,4% do total, entre 1989 e 1998. Na África, 20 países apresentam renda per capita mais baixa que no final da década de 70. Essa desigualdade acentuada tem levado inevitavelmente a riscos ecológicos para os países periféricos.

- Em que pese a histórica associação do autor com os ideais liberais da globalização, a leitura de Mundo em Descontrole emite a impressão de que nem tudo são flores na rota da transnacionalidade. Embora seu otimismo permaneça firme na globalização, Giddens já demonstra que é necessário fazer alterações no curso de nossa história globalizada - diz Alcântara.

De qualquer forma, a globalização ainda é vista por Giddens como "revolucionária". Ele acredita que nos países ocidentais, as instituições públicas e a vida cotidiana estão radicalmente se libertando do jugo da tradição, que se reacomoda num mundo dominado pelas diversidades culturais. Na esfera dos relacionamentos sexuais, de pais e filhos e de amizade, o autoritarismo está sendo substituído por valores como franqueza, confiança ativa e democracia das emoções.

24/11/2000

Agência Senado


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