ALENCAR EXALTA FIDELIDADE DEMOCRÁTICA DE MILTON CAMPOS



Ao discursar na sessão de homenagem a Milton Campos, o senador José Alencar (PMDB-MG) exaltou a fidelidade democrática e o apego a princípios morais que pautaram sua vida pública e privada. "Seu desaparecimento em 1972, em plena vigência do AI-5, colocou em evidência suas convicções democráticas em confronto com as medidas arbitrárias e as violações dos direitos humanos daquele momento de trevas".

Alencar lembrou episódios dos tempos de Milton Campos como governador de Minas, em que não permitia que se usasse dinheiro do gabinete para comprar cigarros, afirmando não poder permitir que o estado custeasse seu vício. "Tampouco aceitava simples cestas de Natal, por entender que o Estado não poderia aceitar presentes de seus fornecedores", disse.

O senador recordou, ainda, a face de jurista e apaixonado pela literatura de Milton Campos, quando participava das tertúlias literárias da Livraria Francisco Alves, em Belo Horizonte, com João Alphonsus, Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade. "Nosso grande poeta dizia que Milton Campos era o homem que todos gostariam de ser. É fácil identificar uma unanimidade nacional no louvor ao seu comportamento ético e valor político", disse.

Alencar considerou "uma singular circunstância" o fato de mineiros ilustres como Milton Campos, Juscelino Kubitschek, Gustavo Capanema, José Maria Alkimin e Pedro Aleixo terem nascido em datas bem próximas e atuado em tempos de enorme efervescência social, que exigiam criatividade e dedicação. "Eles deixaram, como legado, um patrimônio em idéias e iniciativas que inspiram, até hoje, os políticos brasileiros", concluiu.

30/11/2000

Agência Senado


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