Alfredo Sirkis diz ser fundamental mudar a cultura de defesa civil
Participante da Comissão Representativa do Congresso Nacional que avalia os desastres causados pelas enchentes na Região Sudeste, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) disse que "fundamental é mudar a cultura nacional sobre a defesa civil". Ele afirmou que esses desastres jogam anualmente o Brasil no ciclo da imprevidência e da indignação, quando o fundamental é mudar a forma como população e governo se preparam para enfrentá-los. Sirkis listou o que considera fundamental para prevenir o pior:
- Ter radares para dar o alerta sobre o que está para acontecer;
- Ter "sala de situação" - local a partir de onde seria gerida a crise - para poder imediatamente acionar, dentro de um plano preexistente, a retirada das pessoas. A retirada tem de ser treinada periodicamente;
- Ter um plano de contingência, pois, segundo o deputado, não adianta ter radar e meios físicos se não houver um plano de contingência, não só das autoridades como da própria população, para receber o maior numero de pessoas, no pior cenário;
- E, finalmente, que a população de um bairro em risco por inteiro e ao mesmo tempo cada família tenha seu plano de evacuação previamente treinado. De acordo com Sirkis, tem de haver simulação prévia dessa situação. Só assim, acredita ele, o país terá uma defesa civil séria, com capacidade de funcionar.
Resumidos esses pontos, definidos pelo deputado como "elos essenciais de uma corrente para uma efetiva defesa civil", Sirkis enfatizou que executar essas medidas exige uma mudança cultural profunda, pois este é um preparo que os brasileiros não têm.
- Trata-se de uma nova cultura de defesa civil. Não temos, enquanto população, uma cultura integrada com o serviço público. Esse é um desafio de magnitude muito grande. E temos de prever os elos dessa corrente de soluções muito claramente. Que haja um efetivo check list em relação a tudo que possa ser feito - destacou.
Outros deputados se mostraram indignados com a falta de planejamento governamental para enfrentar calamidades. Paulo Teixeira (PT-SP), Rogério Guimarães (PSDB-RN), Zezéo Ribeiro (PT-BA) e Vicente Selistre (PSB-RS) consideraram absurdo o fato de tragédias como a da Região Serrana do Rio se repetirem anualmente.
20/01/2011
Agência Senado
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