Almeida Lima acusa Judiciário de fugir a suas responsabilidades ao não julgar envolvidos em escândalos de corrupção no governo
O senador Almeida Lima (PMDB-SE) criticou a atuação do Poder Judiciário que, passados dois anos dos primeiros escândalos de corrupção no governo Luiz Inácio Lula da Silva, não levou nenhum dos envolvidos a julgamento, apesar das denúncias movidas pelo Ministério Público.
Em fevereiro de 2004 foi divulgada uma fita de vídeo, gravada pelo empresário do ramo de jogos eletrônicos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em que o ex-assessor parlamentar da Casa Civil da Presidência Waldomiro Diniz aparece extorquindo o empresário para arrecadar fundos para a campanha eleitoral do PT e do PSB no Rio de Janeiro. Em troca, o ajudaria em uma concorrência pública.
- Confissões ao vivo nas CPIs, em redes de televisão, a escandalizar toda a sociedade; confissões na Polícia Federal; denúncias apresentadas pelo Ministério Público ao Poder Judiciário; e este, completamente inerte - criticou o parlamentar.
Almeida Lima culpou o Judiciário pelo prejuízo moral causado aos jovens brasileiros que "não enxergam mais na dignidade valor de referência moral", devido à impunidade e ao aumento da criminalidade.
O senador também citou matérias do jornal Folha de S. Paulo denunciando que congresso da Associação dos Magistrados Brasileiros teria sido custeado por empresas privadas e que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) teria financiado encontro de magistrados em resort. Esses fatos caracterizariam, na sua avaliação, uma "relação promíscua" entre o Judiciário e empresas privadas, incompatível com sua função primordial de defender o interesses público.
Almeida Lima disse ainda que, assim como havia denunciado a participação do ex-ministro José Dirceu em atos de corrupção, em discurso de 22 de março de 2005, também fez um alerta, em discurso de julho deste ano, para a situação de descontrole nos aeroportos brasileiros, em detrimento da segurança dos 42 milhões de brasileiros que circularam pelas companhias aéreas entre janeiro e março.
O senador Mão Santa (PMDB-PI), em aparte, apoiou seu discurso e lembrou o período em que o parlamentar foi desmoralizado pela mídia e pelos colegas, quando fez suas denúncias contra o governo. Já o senador Edison Lobão (PFL-MA) discordou de Almeida Lima, salientando que o fato de alguns magistrados terem congresso custeado por empresas não atinge a imagem do Poder Judiciário, que têm em sua maioria "pessoas dignas que honram a magistratura".
Sobre a crise no setor aéreo, o senador Heráclito Fortes elogiou o ex-ministro da Defesa, José Viegas, que, juntamente com o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac), em 2003, teriam alertado para a urgência na contratação de controladores de vôo.
22/11/2006
Agência Senado
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