Almeida Lima parabeniza presidente do STF por entrevista
O senador Almeida Lima (PDT-SE) parabenizou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Corrêa, pela entrevista concedida nesta semana à revista Veja. O parlamentar disse que fazia a homenagem -pelas palavras, pelo acerto e, sobretudo, pela oportunidade- da entrevista.
Na opinião do senador, a entrevista teve mais repercussão pelo fato de o ministro não exercer um cargo político partidário. Ele lamentou a tentativa do chefe da Casa Civil, José Dirceu, de tentar desacreditar o ministro, afirmando que Maurício Corrêa deveria se declarar impedido de julgar questões que envolvessem diretamente a União.
O representante sergipano citou trecho da entrevista, segundo o qual -Lula deve ao país e aos seus eleitores uma explicação mais honesta a respeito da agenda adotada-. Para o parlamentar, Lula, ao afirmar que o Poder Judiciário é uma caixa-preta, autorizou politicamente o presidente do STF a fazer as declarações sobre o Executivo.
- O contrário é entender que o Executivo, enquanto poder da República, é superior aos dois outros poderes - afirmou o senador.
Almeida Lima criticou a iniciativa de José Dirceu. Para o senador, esta atitude -é petulante, uma arrogância, uma empáfia-.
- A censura ao presidente do STF merece uma repulsa. Não podemos nos calar, para que não haja tumulto institucional - afirmou.
Controladoria
No mesmo pronunciamento, Almeida Lima criticou a postura que vem sendo tomada pela Controladoria Geral da União. De acordo com o parlamentar, as auditorias que vêm sendo feitas pelo órgão -deixam com inveja aquelas horrorosas CGIs - Comissões Gerais de Inquérito que se instalavam no período militar-, para constranger os políticos.
O senador citou o caso de uma cidade no interior de Sergipe, com menos de 10 mil habitantes, que recebeu, por mais de dez dias, dez auditores, que chegaram -em carros vistosos para chamar a atenção- da população.
- A reboque, vinha o Sistema Globo de Televisão, como se fosse uma ação planejada, para estabelecer escândalo e levar ao descrédito e ao desmanche moral, para desestabilizar lideranças políticas do interior para a eleição do próximo ano - afirmou o parlamentar.
Almeida Lima protestou pelo fato de, 40 dias depois da auditoria, nenhum relatório conclusivo ter sido encaminhado à localidade. Para ele, é -como se estivesse guardando informações na manga, no bolso do colete, para colocá-las de público no próximo ano, no período eleitoral, para cumprir o objetivo da eleição de mais de 2 mil prefeitos (do PT) no país-.
Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) afirmou que a Controladoria Geral -nasceu para isso: para fazer crescer as oportunidades que o PT terá no poder municipal-.
02/09/2003
Agência Senado
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