Almeida Lima responde: "O bandido foi contratado pelo Planalto e não pelo meu gabinete"



O senador Almeida Lima (PDT-SE) ocupou a tribuna nesta segunda-feira (15) para questionar os líderes da base do governo se eles não consideram "também irresponsável" o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, cujas declarações fizeram a Bolsa de Valores cair 4,43% na semana passada. Ele lembrou que os líderes o agrediram há menos de 15 dias pelo seu discurso sobre o caso Waldomiro Diniz "como se tivesse feito algo tão ruim como a explosão do Word Trade Center".

- Os líderes do governo me agrediram como se eu tivesse sido o responsável pela contratação de Waldomiro Diniz. O bandido foi contratado pelo Palácio do Planalto e não pelo meu gabinete. Admito que errei ao alertar a imprensa sobre meu discurso, o que gerou expectativas - sustentou Almeida Lima, que citou nominalmente os líderes Aloizio Mercadante (PT-SP), Ideli Salvatti (PT-SC), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Bezerra (PTB-RN).

O senador observou que, depois que a Bolsa caiu com as declarações do presidente do Banco Central, não viu Mercadante se pronunciar, nem Ideli, "de forma apoplética, acusar ninguém de leviano ou irresponsável".

Almeida Lima leu manchete do jornal O Globo, na qual o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirma que o "Caso Waldomiro não abala economia".

- Quem está errado? O senador Aloizio Mercadante, ao me atacar, disse que minha atitude afetava a economia do país. O ministro Palocci diz exatamente o contrário - continuou o senador sergipano.

O senador disse que o governo, ao responder seu discurso, "não usou uma dose cavalar de agressões, mas dose para dinossauro". Ele acrescentou que o caso Waldomiro Diniz "não vai acabar tão cedo".

- Vou fazer quem me agrediu engolir palavra por palavra. Fizeram comigo como se fez com os cassados por corrupção no passado. Quem deve explicações ao país são os senhores. Repito: Waldomiro Diniz foi contratado pelo Planalto e não pelo meu gabinete - afirmou.

Em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou o modelo econômico "do governo do PT, tão frágil como um castelo de cartas, que cai com qualquer ventania". O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que Almeida Lima foi "injustiçado pela mídia" nos dias seguintes ao seu discurso "como aconteceu com Juscelino Kubitschek, pela ousadia de construir Brasília e tirar a capital do Rio".



15/03/2004

Agência Senado


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