Aloysio Nunes atribui disparada dos combustíveis a impostos altos e passividade do governo




O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse nesta quarta-feira (4) que o Brasil tem a gasolina mais cara das Américas, de acordo com estudo feito pela consultoria norte-americana especializada em preços globais, Associates for Internacional Research Inc. Ele acrescentou que a gasolina brasileira também é mais cara do que a vendida aos russos e aos consumidores de outros países emergentes.

Aloysio Nunes disse que o motivo são os impostos, que representam 57% do valor do litro de gasolina. Ele assinalou que o Brasil só perde para os países europeus, que estabeleceram uma política de desestímulo ao uso de carros, com uma tributação que atinge 70% do valor do litro de gasolina.

No Brasil, o preço da gasolina traz embutido PIS/Cofins, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), tributos federais e o ICMS, que é controlado pelos estados. O senador disse que, neste momento, a escassez do álcool influi fortemente no preço da gasolina, chegando a haver o risco do desabastecimento.

O senador lembrou que, para contornar a situação de escassez, houve importação de combustíveis e, se a importação de álcool para suprir a falta do produto no mercado interno não chegou a ser "excepcional", causou surpresa a importação de gasolina da Venezuela pela Petrobras. Ele observou que o Brasil é, tradicionalmente, um país exportador de gasolina excedente, dadas as características das refinarias e do consumo.

Aloysio Nunes lembrou também que em passado recente, o governo brasileiro colocou-se como grande produtor de etanol, fazendo peregrinação pelo mundo sobre esta situação e a disponibilidade em exportar o produto, até como uma alternativa para redução da emissão dos gases de efeito estufa.

- Diante desse quadro, com a inflação em alta, como resultado da gastança de finalidade eleitoreira do ano passado, o governo do PT assiste, sem ter muito que fazer, à adição de álcool e gasolina à fogueira da escalada dos preços. Cogita apenas, como já fez antes, em reduzir a Cide, medida que não lhe agrada, pois como se sabe, esse governo gosta mesmo é de aumentar impostos, do que já deu boas provas. Mas não tem muita alternativa, já que as outras medidas de caráter estrutural, capazes de conter a flutuação do preço do álcool, não forma tomadas no momento oportuno - afirmou.



04/05/2011

Agência Senado


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