Aloysio Nunes cobra do governo prioridade no combate à criminalidade




Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o governo da presidente Dilma Rousseff está seguindo a "mesma toada" de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, no que diz respeito à falta de prioridade para o enfrentamento à violência. Segundo disse, em discurso nesta segunda-feira (4), o governo federal vem sistematicamente abdicando de seu papel de líder nesse combate.

O parlamentar disse ter receio de que Dilma Rousseff, que há quase 100 dias de governo, esteja perdendo tempo por falta de medidas concretas e objetivas para atuar contra o crescimento da violência, como prometeu em seu discurso de posse. Ele cobrou, inclusive, o lançamento do programa nacional para enfrentamento da criminalidade que a presidente anunciou, mas que, segundo ele, nunca implantou de fato.

- Meu receio é que a presidente, que ostenta números invejáveis de aprovação, eu diria que são mais de esperança do que de aprovação, uma vez que há muita fumaça e pouco fogo - esteja desperdiçando esse capital. Hoje ela tem força política para tomar medidas sérias, medidas impactantes, medidas que surtam efeito, medidas que enfrentem privilégios, mas, até agora, nada se viu - disse.

Ele salientou que mesmo com a elevação dos índices de violência em todo o Brasil e, principalmente, nas pequenas cidades - 50 mil brasileiros foram assassinados a cada ano, em média, nos últimos oito anos -, os recursos para o setor sofreram reduções. O parlamentar citou dados do Orçamento da União que indicam cortes de 20% dos montantes destinados a programas do Ministério da Justiça, como o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Projetos criados ainda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como o Fundo Nacional de Segurança Pública, que deveriam integrar as ações de municípios, estados e a União para combater a criminalidade, receberam mais recursos até 2002 do que durante todo o governo Lula, apontou.

Para Aloysio Nunes, apesar de o governo federal ter assumido em 2007 a meta de reduzir à metade a média nacional de 25 homicídios por cada 100 mil habitantes, após três anos a redução foi irrisória: 24,5 homicídios a cada 100 mil, segundo mostra o Mapa da Violência, elaborado pelo Instituto Sangari, em parceria com o Ministério da Justiça. O senador sublinhou que o Brasil continua com índices que o colocam como tendo violência endêmica, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).



04/04/2011

Agência Senado


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