Aloysio Nunes cobra informações sobre valores e beneficiários de aluguéis pagos pelo governo



O líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), quer informações detalhadas sobre todos os imóveis alugados atualmente pela administração pública federal. Protocolado na Secretaria-Geral da Mesa nesta quarta-feira (13), o requerimento é dirigido à ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Aloysio Nunes acusa o governo de expandir suas despesas com locações ao promover aumento desnecessário no número de ministérios e secretárias, assim como a quantidade de funcionários comissionados.

“Essa expansão, muitas vezes com o objetivo de acomodar a sua base política, acabou por ter um reflexo imediato no aluguel de imóveis por parte da administração, muitos dos quais luxuosos, caríssimos e de interesses duvidosos", assinala no requerimento.

Aloysio cita como exemplo os pagamentos feitos ao grupo SKS, ao qual o Ministério da Cultura destinou R$ 13,5 milhões desde 2011, referentes ao aluguel de espaços na capital federal. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, teria repassado ao mesmo grupo R$ 4,8 milhões, também pela locação de salas.

O líder do PSDB protocolou o pedido de informações logo depois de o jornal O Estado de S. Paulo revelar, na edição de terça-feira (11), que a equipe da campanha de reeleição da presidente Dilma Roussef vai trabalhar em salas pertencentes ao grupo SKS.

No requerimento, o senhor defende o acesso a informações completas, a fim de analisar com os técnicos do Senado “a legalidade, economicidade, eficiência e impessoalidade” dos contratos de aluguel firmados pelo governo. “Tal ação será imprescindível para a defesa do Erário e dos interesses de toda a sociedade”, acrescenta.

O requerimento lista uma série de itens, entre os quais o valor mensal do aluguel, endereço, área locada, dono do imóvel (com CPF e CNPJ) e data da primeira locação.

Saúde indígena

Aloysio Nunes apresentou ainda requerimento para que a Controladoria-Geral da União (CGU) encaminhe, dentro do prazo constitucional de 30 dias, cópias das auditorias feitas pelo órgão em programas da saúde indígena, sob a responsabilidade do Ministério da Saúde. Segundo ele, a CGU identificou gastos irregulares da ordem de R$ 6,5 milhões, a maior parte em 2011 e 2012, período em que a pasta era comandada por Alexandre Padilha, que deixou o governo para concorrer ao governo paulista.

Entre os problemas apontados, conforme o líder, estão o pagamento de diárias por viagens que não ocorreram, gastos com locação de veículos sem a comprovação do serviço e o pagamento em duplicidade de equipes de saúde indígena, o que levanta suspeitas sobre o uso político partidário destes gastos.

O requerimento teve por base uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo. De acordo com o jornal, houve inclusive duplicidade no pagamento de equipes de saúde indígena, serviço efetuado por equipes terceirizadas, em áreas do Espírito Santo e Minas Gerais.

O senador observa que problemas na execução das ações de saúde indígena são históricos. Ele lembra que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) foi criada ao fim de 2010, na esfera do Ministério da Saúde, em substituição à antiga Funasa (Fundação Nacional da Saúde), que era alvo regular de denúncias de irregularidades.

Investimento externo

No mesmo dia, o líder protocolou requerimento para que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, envie informações sobre a participação do investimento externo na divida mobiliária federal. Ele diz que a economia brasileira passa por momento de fragilidade, o que requer mais atenção a respeito do comportamento do investimento estrangeiro, que sua participação, que saiu de 16,10% em dezembro de 2013, para 17,2% em janeiro de 2014.

A seu ver, o capital externo ainda é um elemento essencial no financiamento da dívida interna. Porém, ele considera indispensável analisar uma série histórica para entender o comportamento e a qualidade desse financiamento.

Na avaliação do líder, as fragilidades da economia decorrem da política fiscal expansiva (aumento dos gastos), associada a um a falta de gerência e de clareza na administração da economia. Para o senador, essa situação poderá vir a contaminar o financiamento interno da dívida pública.



13/03/2014

Agência Senado


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