Aloysio Nunes quer informações sobre a vinda de médicos cubanos
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) anunciou, em discurso no Plenário nesta segunda-feira (26), que protocolou um pedido de informação ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sobre o conteúdo do acordo que permite a vinda de médicos cubanos para o Brasil.
Em se requerimento, o senador pede a cópia integral do acordo firmado entre o Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Aloysio lembrou que, conforme publicado na imprensa, o governo vai pagar R$ 10 mil por médico para a Opas, que vai repassar os valores para Cuba e, assim, “não se sabe qual será a remuneração” exata dos médicos cubanos. O senador também quer iformações sobre as condições de contato dos médicos com suas famílias, que vão ficar em Cuba.
Aloysio Nunes lembrou que o governo brasileiro pretendia atrair 15 mil médicos brasileiros ou estrangeiros para atender localidades distantes dentro do programa Mais Médicos. A primeira chamada - salientou - atraiu pouco mais de mil médicos, o que mostra que o “programa não foi um sucesso em sua concepção”. O senador fez questão de registrar que não é contra a presença de estrangeiros no mercado de trabalho brasileiro. Ele disse que já apresentou um projeto que modifica e facilita as condições de trabalho de estrangeiros no Brasil (PLS 288/2013). Ele observou, no entanto, que existem muitas dúvidas a respeito do programa Mais Médicos.
Roger Molina
Aloysio Nunes também manifestou solidariedade ao diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que colaborou com a “rocambolesca fuga” do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. Aloysio Nunes ressaltou o fato de que o o colega boliviano era perseguido político, tanto que o governo brasileiro já havia reconhecido sua condição de refugiado. O parlamentar criticou o governo boliviano, que não concedeu o salvo-conduto para que Molina deixasse o país, e o governo brasileiro, que “não pressionou [o governo boliviano] da forma que a situação exigia”. Aloysio disse que Molina passou 455 dias encerrado em um cubículo, na embaixada brasileira em La Paz, sem comunicação com a família ou atendimento médico.
- Esgotadas todas as possibilidades, o diplomata brasileiro organizou a fuga do senador boliviano. Fica aqui a minha solidariedade com Eduardo Saboia, com os fuzileiros navais e com os policiais federais que ajudaram Roger Molina a chegar ao Brasil – afirmou.
O senador disse estranhar que o diplomata brasileiro esteja sendo submetido a “pressões e represálias” por parte do Itamaraty. Aloysio elogiou a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que vai tratar do assunto ainda esta semana, e seu presidente, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que “teve coragem” de atuar na situação. Aloysio também lembrou que, “há poucos dias”, houve uma reunião dos presidentes dos países do Mercosul, no Uruguai, em que se confirmou o asilo internacional como uma expressão da soberania dos países. A motivação teria sido o caso do analista Edward Snowden, que denunciou um esquema de espionagem do governo dos Estados Unidos.
- Essa posição foi assinada também por Evo Morales, presidente da Bolívia. O que vale para Snowden não vale para seu adversário político – lamentou o senador.
Em aparte, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) elogiou o pronunciamento do colega e disse que situações como essas são herança da influência negativa de Hugo Chavez, ex-presidente da Venezuela que morreu no último mês de março. Ele ainda lamentou que o Brasil seja submisso ao pensamento chavista e de Evo Morales, elogiou o senador Ricardo Ferraço, presidente da CRE, e classificou a atuação do governo brasileiro no episódio como "uma farsa”.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que o diplomata Eduardo Saboia atuou em estrito respeito aos direitos humanos. Já o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que a diplomacia brasileira “já teve melhores dias” e apontou sua atual condução como “ideológica”.
- É uma diplomacia terceiro-mundista – declarou Taques.
26/08/2013
Agência Senado
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