Alunos de escolas públicas dominam premiação sobre história afro-brasileira



Todos os nove vencedores do Concurso de Redação Camélia da Liberdade são de escolas públicas ou de pré-vestibulares sociais. Com o tema Luiza Mahin: uma Rainha Africana no Brasil, foram inscritos trabalhos de 372 instituições de ensino do Rio de Janeiro e de São Paulo. Os melhores textos serão premiados nesta quarta-feira (2) em eventos paralelos.

Portal Domínio Público disponibiliza uma biblioteca virtual com obras literárias, artísticas e científicas.

Serão distribuídos aos alunos vencedores e seus professores tablets e máquinas fotográficas digitais. Além disso, as escolas que tiraram primeiro lugar, incluindo os cursos pré-vestibulares, receberão laboratórios de informática.

Organizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, o objetivo da competição - que está na quinta edição no Rio e na quarta, em São Paulo - é estimular a aplicação da Lei 10.639/2033, que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira em todas as escolas brasileiras até o ensino médio.

O representante do Ceap, Ivanir dos Santos, explica que as escolas são responsáveis pelas inscrições dos alunos no concurso. "As escolas recebem um caderno com informações históricas preparadas por especialistas sobre o tema - neste caso Luiza Mahin, mãe de Luiz Gama e responsável pela Revolta dos Malês, na Bahia - e desenvolvem o tema", disse.

Ao comentar o resultado do concurso, ele reforçou o convite à participação de escolas particulares. Nos últimos anos, o percentual de inscrições desses colégios é baixo, segundo Ivanir, porque ainda há resistência das escolas privadas à aplicação do conteúdo da lei.

"No conjunto geral há mais resistência nas escolas privadas. Nas escolas públicas também há, mas lá vemos mais professores que se capacitaram e que aplicam a lei, independente, muitas vezes, até das posturas das Secretaria de Educação", declarou o organizador do prêmio.

O tema do próximo concurso será Pequena África. Localizada na zona portuária, no Rio, a região é símbolo do desembarque no Brasil de africanos escravizados. Também é conhecida como berço do samba e pela comunidade quilombola Pedra do Sal.

 

Fonte:
Agência Brasil



02/05/2012 17:10


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