Alvaro Dias classifica visita de Ahmadinejad como 'enorme equívoco'



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) classificou como um "enorme equívoco" do governo brasileiro "recepcionar com honras ditadores como o presidente do Irã", Mahmoud Ahmadinejad. O senador disse que a visita do presidente do Irã ao Brasil tem a motivação política de estreitar laços para legitimar seu governo - cuja reeleição foi alvo de intensos protestos. Alvaro Dias rebateu as justificativas oficiais para a visita do presidente iraniano.

- Não há pragmatismo que justifique receber um político que nega o Holocausto e prega a destruição de Israel. Como se não bastassem posições antissemitas e outras aberrações defendidas pelo mandatário iraniano, o seu governo desenvolve um nebuloso programa nuclear direcionado para fins militares e reprime de forma sanguinária os opositores. O mundo assistiu estarrecido o tratamento recebido pelos manifestantes que forma às ruas contestar o caráter duvidoso da reeleição do presidente iraniano - afirmou Alvaro Dias nesta segunda-feira (23), poucos instantes antes de Ahmadinejad se dirigir do Palácio do Itamaraty para o Congresso Nacional.

Alvaro Dias disse também que o intercâmbio comercial entre e Brasil e a República Islâmica do Irã é pouco expressivo no cômputo geral do comércio exterior brasileiro. Ele informou que as vendas do Brasil para o Irã chegaram a US$ 1,1 bilhão em 2008, aproximadamente 0,5% de todas as exportações brasileiras naquele ano. As importações são da ordem de US$ 14,7 milhões, ou menos de 0,01% do total de 2008.

Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse, em aparte, que o governo brasileiro está "muito interessado em colaborar para a paz no Oriente Médio" e citou a proposta feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a realização de um jogo de futebol entre a Seleção Brasileira e uma seleção mista de Israel e dos palestinos.

Filme

Alvaro Dias também classificou o filme Lula, o filho do Brasil como uma "peça publicitária" que omitiu qualquer passagem capaz de destoar com o enredo da "ilíada do Lula". O senador criticou o subsídio dos ingressos para sindicalistas à custa do dinheiro público e denunciou que os R$ 10,8 milhões arrecadados como patrocínio e apoio para o filme vieram de empresas que têm contratos e negócios com o governo, como Ambev, Neoenergia, Ôi e as empreiteiras Camargo Corrêa, GDF Suez, OAS e Odebrecht.

O senador ainda manifestou estranheza em relação aos sinais emitidos pelo governo de que pretende manter no Brasil o italiano Cesare Battisti, cuja extradição foi decidida na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).



23/11/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Alvaro Dias confirma existência de dossiê, mas o classifica como criminoso

PT quer fim da exigência de dois documentos na hora do voto; Alvaro Dias classifica ação como 'fora de hora'

Alvaro Dias: audiência com ex-diretor da Dersa foi equívoco

Alvaro Dias: morte de Jefferson representa enorme perda em meio à crise de credibilidade do Senado

Vídeo | Dilma sofrerá enorme desgaste internacional se devolver senador boliviano, afirma Alvaro Dias

Alvaro Dias: morte de Itamar é 'enorme prejuízo' para o Senado e para a oposição