Alvaro Dias considera 'irresponsável' a proposta de plebiscito feita por Dilma



Em pronunciamento nesta quinta-feira (27), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que a proposta de plebiscito apresentada pela presidente Dilma Rousseff "é irresponsável” e não constitui a forma “mais plausível e adequada” para tratar da reforma política. Ele disse que é favorável a um referendo para que a população julgue o modelo político adotado pelo Congresso Nacional.

Alvaro Dias afirmou que a reforma política é um tema complexo, que não pode ser respondido pelo “simples sim ou não” de um plebiscito. O senador disse ainda que essa proposta busca encobrir a incompetência do governo no atendimento às demandas da sociedade, expressas por meio de manifestações populares realizadas em todo o país.

- Nossa posição é a de evitar a encenação, a manobra diversionista, o desvio de foco, a tentativa de aplacar consciências, de escamotear a realidade dos fatos. Nós podemos ler nas mensagens das ruas essas preocupações do povo brasileiro, a corrupção em primeiro plano – afirmou.

O Executivo, disse Alvaro Dias, tem que priorizar e assumir a responsabilidade de buscar o consenso e oferecer ao país um modelo compatível com as aspirações do povo, que manifesta nas ruas as maiores revoltas populares das últimas décadas.

Alvaro Dias disse que Dilma foi “infeliz e mal assessorada” ao apresentar uma proposta de assembléia constituinte exclusiva para tratar da reforma política, agora transformada em plebiscito, o qual também apresenta “inconveniências de natureza prática”, relacionadas ao custo da iniciativa e ao tempo escasso para debater o tema.

- Não houve interesse da Presidência da República nesses anos [na reforma]. O Congresso faz a reforma política, mas nesse sistema presidencialista forte, quem conduz o processo legislativo é o Executivo. As questões que nascem no Legislativo acabam sendo secundarias no programa de deliberações – afirmou.

Alvaro Dias também classificou de “encenação” o convite feito por Dilma à oposição para discutir a crise política atual, visto que o PSDB sempre ocupou a tribuna do Senado “para dizer o que o país precisa”.

Em aparte o senador Aníbal Diniz (PT-AC) disse que o momento atual favorece o diálogo da oposição com o governo. Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a realização de um plebiscito em agosto favoreceria as eleições de 2014. Por sua vez, Ivo Cassol disse ser favorável à realização do plebiscito junto com as eleições do próximo ano, para evitar custos adicionais ao país.



27/06/2013

Agência Senado


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