Alvaro Dias critica capacidade de gestão do governo
Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (6), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou a capacidade de gestão do governo e lamentou o processo de desindustrialização do país. O senador disse que os indicadores do governo brasileiro nos últimos tempos são os priores possíveis.
- São os piores da nossa história. São indicadores que revelam a incompetência de gestão nos últimos anos – afirmou o senador.
Alvaro Dias ressaltou que o Brasil foi reprovado em 41 dos 57 itens avaliados em critérios econômicos em uma pesquisa da consultoria norte-americana Boston Consulting Group. Para o senador, a capacidade de atrair empresas internacionais é preocupante, já que mais de 70% dos dados analisados pela pesquisa não estão de acordo com o que se entende como adequado para um bom desempenho econômico. Foram identificados problemas de infraestrutura, telecomunicações, burocracia e falta de mão de obra qualificada.
O senador lembrou que, entre 2002 e 2011, o Brasil investiu 17% do produto interno bruto (PIB). Esse número, na opinião do senador, é muito pouco diante da necessidade do país. O investimento ideal, assinalou, seria de 22% do PIB, para conseguir um crescimento de 4% a 4,5% ao ano. Ele lembrou que a China, que registra altos índices de crescimento há vários anos, investe 42% do PIB.
- Diante desses índices, o Brasil não conseguirá sustentar seu próprio crescimento – lamentou.
Alvaro Dias também criticou o isolamento do país diante da comunidade comercial internacional. Ele disse que os concorrentes do Brasil não param de acertar preferências comerciais e estão cada vez mais “dentro do jogo”. Segundo o senador, bateu o desespero na indústria brasileira, depois do anúncio de que México, Colômbia, Chile e Peru estão construindo a Aliança do Pacífico, com o objetivo de liberar até 90% das barreiras comerciais entre esses países. O Paraguai, que está em crise com o Mercosul, também deve ir para a Aliança do Pacífico. Para o parlamentar , a paralisia do governo nas negociações internacionais está fechando as portas para a indústria brasileira.
- A desindustrialização decorre exatamente dessa paralisia do governo nas relações internacionais. Estamos desperdiçando oportunidades preciosas. O governo precisa acordar para a realidade internacional – alertou.
Trabalho infantil
Alvaro Dias ainda elogiou o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e coordenador da Comissão para Erradicação do Trabalho Infantil da Justiça do Trabalho, Lelio Bentes. O senador destacou o esforço que o ministro e a comissão vêm realizando, com o objetivo de proteger crianças e adolescentes e erradicar o trabalho infantil até 2015.
De acordo com o senador, especialistas da Justiça, Ministério Público, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a própria comissão entendem que a meta não deve ser alcançada. Alvaro ressaltou, no entanto, que há um esforço para que avanços ocorram. Apesar da melhora nos números, disse o senador, ainda há 3,7 milhões de crianças e adolescentes que trabalham no Brasil. Entre 1,5 milhão e 2 milhões de crianças estão trabalhando em atividades insalubres. Há registro de trabalho infantil na produção de cana e sisal, em casas de farinha e lixões e até em tráfico de drogas e prostituição.
O senador relatou que, de acordo com o ministro do TST, o Bolsa Família tem sido eficaz contra o trabalho infantil, mas sozinho não dá conta de acabar com ele. Alvaro Dias disse que é preciso buscar novas estratégias para acabar com a exploração de crianças e adolescentes.
- Estamos tratando de uma infância desperdiçada – lamentou o senador, afirmando que trabalhar contra o trabalho infantil é uma missão que também pertence ao Congresso Nacional.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) elogiou o pronunciamento do colega e disse que a erradicação do trabalho infantil é um tema importante para a nação. Suplicy voltou a defender a renda básica de cidadania como uma forma de avanço social para o país, podendo inclusive evitar a ocorrência do trabalho infantil. Em resposta, Alvaro Dias elogiou a persistência de Suplicy em relação ao tema e disse que o colega luta por “nobres causas”.
06/06/2013
Agência Senado
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