Alvaro Dias critica possibilidade de o BNDES socorrer as Aerolíneas Argentinas



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), em discurso nesta terça-feira (5), criticou a possibilidade de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) venha a conceder empréstimo à Argentina no intuito de socorrer a empresa de aviação Aerolíneas Argentinas. Ele citou matéria publicada pelo jornal El Clarín que anuncia haver um compromisso firmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesse sentido, em sua viagem àquele país, na segunda-feira (4).

- Se o país estivesse em condições de oferecer recursos a outras nações, não questionaríamos - afirmou o senador.

Alvaro Dias lembrou que o governo não socorreu a Varig, empresa aérea brasileira que também passou por problemas, mas promoveu "uma negociata, com tráfico de influência, favorecimento ilícito, improbidade administrativa e afronta à legislação do país ao facilitar uma operação ilegal e contra as leis vigentes". Ele se referia à aquisição da Varig por uma empresa estrangeira, o que é vedado pela lei.

O senador mencionou ainda requerimento de sua autoria, apresentado à Mesa em 2005, que pede a realização de auditoria, pelo Tribunal de Contas da União, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a fim de investigar os contratos firmados com empresas no exterior e fez um apelo pela sua aprovação. De acordo com o senador, os contratos somam US$ 1,75 bilhão, e é necessário saber as condições em que são celebrados, o prazo para resgate, a forma de ressarcimento, as taxas de juros e os períodos de carência. Para o senador, gerar emprego e receita em outro país é generosidade em excesso, já que o Brasil também precisa desses efeitos.

- Há razões para suspeitarmos, porque não há transparência nesses contratos de empréstimos, não há prestação de contas - disse.

O parlamentar também pediu providências ao governo no que diz respeito ao financiamento dos produtores agrícolas, que não estão obtendo crédito bancário. As instituições aguardam uma resolução do Conselho Monetário Nacional para equalizar taxas de juros e não querem firmar contratos de empréstimo sem essa garantia. Ele alertou para o risco de elevação dos preços dos alimentos.

- Sem dúvida, o impacto vai recair sobre aqueles que consomem - alertou.



05/08/2008

Agência Senado


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