ÁLVARO DIAS DEFENDE REFORMA POLÍTICA
"A reforma político-partidária deveria preceder a todas as outras", afirmou nesta quarta-feira (dia 7) o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), pedindo a seu partido que assuma o comando dessa mudança e procure convencer os congressistas a tornarem esse sonho realidade. Em sua opinião, o Congresso não cuidou da reforma política e o Executivo não teve ainda êxito em promover as demais reformas. - Sabemos que a reforma política não é a panacéia que vai resolver todos os problemas do Brasil, mas sem dúvida é o primeiro passo para a organização do país. E o país só será feliz num modelo verdadeiramente organizado - disse ele.Álvaro Dias afirmou que há um "tremendo desencanto" no Brasil em relação aos políticos, partidos e instituições. A seu ver, basta verificar as pesquisas para observar o que o povo brasileiro pensa dos seus políticos. Apontou também os resultados eleitorais, com o elevado percentual de votos brancos e nulos, como um exemplo da condenação do modelo político vigente. Para o senador, os brasileiros estão condenando seus representantes e esse modelo político há vários anos e com uma insistência invejável, deixando claro que ele está completamente superado. "Sendo assim, por que a reforma política não passa de discurso? A quem interessa a permanência desse modelo político ultrapassado?", indagou. Na avaliação do senador, o próprio presidente da República tem-se esforçado para realizar essa organização institucional, "mas o Brasil ainda é um país tremendamente desorganizado". Álvaro argumentou que as iniciativas de instalação de comissões parlamentares de inquérito são eficazes, visto que encerram uma atividade precípua do Legislativo, mas sustentou que o Parlamento não pode esquecer outras tarefas fundamentais, como a de legislar - reformar o que está ultrapassado.Na sua opinião, abdicar da reforma política é deixar o país à mercê de espertezas, como a dos partidos nanicos que, assinalou, existem apenas para vender espaço para legendas maiores às vésperas das eleições. No entender de Álvaro Dias, cabe ao PSDB assumir a bandeira dessa reforma. Ele admitiu que a Constituição federal também precisa ser reformada, mas ressalvou que, com o atual quadro partidário, o Brasil faria uma Constituição pior. "Melhor deixar como está", aconselhou. Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) manifestou sua concordância, afirmando que se a Constituição não é a ideal, não pode só por isso ser transformada num "canteiro de obras".
07/04/1999
Agência Senado
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