Alvaro Dias diz que governo gasta mais em viagens do que em investimentos



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) listou nesta sexta-feira (14) uma série de ações do governo federal que considerou equivocadas, destacando a questão do recadastramento ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) dos idosos e as inúmeras viagens oficiais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seus ministros. Ele citou dados disponíveis no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), segundo os quais o governo teria despendido mais recursos com viagens do que em ações de investimento.

O parlamentar destacou que, desde o começo do governo, a presidência consumiu mais de R$ 19 milhões em diárias, passagens e despesas com locomoção, sem incluir o que chamou de -tour- pela África, Bolívia e Oriente Médio. Apenas 6% da dotação orçamentária deste ano foram aplicados em investimentos sociais, disse Alvaro Dias, acrescentando que todos os ministérios, segundo os números do Siafi, também gastaram mais com viagens e diárias de autoridades do que em ações de investimentos.

Conforme o senador, o Ministério da Cultura gastou 3,61 vezes mais com viagens do que com investimentos, o mesmo ocorrendo em Ministérios como os da Agricultura (3,12 vezes) e da Previdência (49,03 vezes). -Até a Presidência da República gastou 1,96 vez mais com viagens do que com investimentos-, salientou.

Ele disse que, no caso do recadastramento, ao contrário do que informa o governo federal, o episódio não foi encerrado e continua a gerar dificuldades aos idosos, além de representar uma agressão contra o estatuto dos idosos. -O recuo e as desculpas do governo só vieram após verdadeira comoção nacional -, frisou Alvaro Dias.

A maneira como o governo conduz a análise das reformas da Previdência e tributária também foram comentadas pelo senador. Para ele, o governo -tenta ser muito esperto- no trato dessas matérias, especialmente quando edita medida provisória para alterar regras da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), quando a iniciativa diz respeito à reforma tributária e também quando, no âmbito da reforma previdenciária, o governo diz que vai elaborar uma PEC paralela para contemplar os pontos polêmicos desta reforma.



14/11/2003

Agência Senado


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